quarta-feira, dezembro 23, 2009

A equipa de Intervenção Precoce de Reguengos e Núcleo de Mourão deseja a todos um feliz Natal e um óptimo Ano Novo...

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Oficinas de Expressão Plástica para Crianças

Espaço lúdico de interacção e experimentação para crianças cheias de imaginação e energia.

Áreas da pintura, fotografia, escultura.Sábados 10h00/12h30

Crianças dos 3 aos 12 anos
Mensalidade: 10 euros
Inscrições: 964 806 485 266 746 874
she.lab.evora@gmail.com

Local: She Sociedade Harmonia Eborense- Évora
Professoras: Brígida Machado e Joana Gancho

sexta-feira, novembro 27, 2009

O bolo-rei

O bolo-rei tomava-se muito a sério. Não havia discussão: ele era o rei dos bolos.Como tal, quando lhe caiu uma passa da coroa, ordenou ao bolo-inglês:— Traz-me essa passa de volta.
O bolo-inglês fez-se desentendido e respondeu:— Sorry! I don’t understand...O que queria dizer, na língua dele, que pedia desculpa, mas não tinha entendido.Então, o bolo-rei virou-se para um bolo de natas e deu a mesma ordem.
Queria, outra vez, a passa a ornamentar-lhe a coroa.O bolo de natas tinha uma fala atrapalhada, por causa do excesso de natas.— Flá, plefe, pflu, pfló...Não se percebia nada.O bolo-rei, muito irritado, ordenou o mesmo ao bolo de amêndoa, que lhe respondeu:— Também a mim me caiu uma amêndoa torrada e não me queixo.O bolo-rei, cada vez mais exasperado, deu a mesma ordem a um pudim de gelatina, mas o pudim de gelatina era muito frágil, muito nervoso e só tremeu, tremeu, incapaz de dizer ou fazer o que quer que fosse.— São uns rebeldes estes meus súbditos — concluiu, numa grande exaltação, o bolo-rei. — Condeno-os a que sejam todos cortados às fatias. E assim aconteceu. Mas nem o bolo-rei escapou.
António torradowww.historiadodia.pt

segunda-feira, novembro 16, 2009

A importância do ato de tocar

Armando Correa de Siqueira Netoselfpsicologia@mogi.com.br "Psicólogo e psicoterapeuta; desenvolve projetos e trabalhos para crianças e adultos, tendo por base o autodesenvolvimento e a psicologia preventiva. "2004Idioma: português do Brasil Palavras-chave: Toque, carinho, socialização, comunicação e desenvolvimento.
Resumo
O ato de tocar é um comportamento que pode conter alguns elementos fundamentais para o desenvolvimento do ser humano, principalmente as crianças, desde a vida intra-uterina, proporcionando bem estar físico, emocional e social. A qualidade do toque na vida infantil pode gerar tendências positivas no decorrer do seu crescimento, levando-a a formação de uma personalidade terna e amorosa.

Introdução
Este trabalho apresenta algumas idéias acerca da importância do ato de tocar, desde os primeiros e fundamentais momentos de nossa existência e dentro do processo do viver, continuamente, atribuindo a este contato o valor extraordinário de desenvolvimento que lhe é pertinente, físico, emocional e social.
A pesquisa histórica bem ilustra o quanto se perdeu por tanto tempo na não observância deste elemento colaborador: o toque. Contudo, ao tomarmos contato com os levantamentos já realizados, nos surpreendemos, a ponto de estimular a nossa vontade de enriquecer as nossas vidas através do simples comportamento de tocar cada vez mais o outro, com carinho e amor.

A importância do toque
Conforme Montager (1988) no século dezenove, uma grande quantidade de bebês morria durante o primeiro ano de vida, geralmente de marasmum, (do grego: definhar). Na década de vinte nos Estados Unidos a taxa de mortalidade para bebês com menos de um ano em diversas instituições e orfanatos era muito próxima a cem por cento.
Em 1915 o Dr. Henry Dwight Chapin, um pediatra famoso de Nova Iorque, relatou assustadoras informações sobre bebês com menos de dois anos de idade que morriam, excluindo uma única instituição que não seguia esta regra. Dr. Chapin introduziu o sistema de externato para os bebês do orfanato, ao invés de deixá-los definhar na aridez emocional das instituições. Foi contudo, o Dr. Fritz Talbot, de Boston, que trouxe a idéia do "Cuidado Terno, Amoroso", que ao visitar a Alemanha, após a Segunda guerra mundial, ficou muito impressionado ao observar na clínica de crianças em Dusseldorf que mantinha um padrão de higiene e beleza para acomodar as crianças, mas que apesar disto, quando uma criança não respondia aos tratamentos médicos; esta era entregue aos cuidados de uma ama, que cuidava dos bebês com carinho e os mantinha próximo ao seu corpo, promovendo na maioria dos casos a recuperação destes.
Em pesquisas realizadas após a Segunda guerra mundial, ficou evidente que a causa do marasmo estava relacionada à falta de amor e no tocar as crianças. Tais evidências se apresentavam por meio de crianças que conseguiram superar as dificuldades de privação material, mas que por outro lado, recebiam amor de mãe em abundância, e, em contrapartida, lares e instituições considerados “favoráveis”, do ponto de vista de recursos materiais, porém, onde a mãe não era boa, apresentaram o marasmo. Através dos resultados das pesquisas percebeu-se que para as crianças se desenvolverem bem, elas precisam ser tocadas, acariciadas, levadas no colo, conversar carinhosamente com elas. A criança resiste à ausência de muitas outras coisas, desde que exista o toque amoroso.
Supõe-se que para o bebê pequeno, segundo Montager (1988) o mais importante são as sensações da pele e a sensação cinestésica (sensibilidade aos movimentos) e são acalmados prontamente com palmadinhas leves e com calor, e choram em resposta a estímulos dolorosos e ao frio. É por meio de seus receptores localizados nas articulações musculares que o bebê recolhe as mensagens, a respeito do modo como o pegam, mais do que apenas a pressão exercida sobre a pele, que lhe transmitem o que sente por ele a pessoa que o está carregando.
O bebê discrimina adequadamente, de forma parecida ao adulto, o caráter de uma pessoa a partir da qualidade do seu aperto de mão. Os bebês nascem com este sentido cinestésico e, se levarmos em conta as experiências pelas quais passam em seu início de vida; podemos inferir sobre a idéia de que uma parte do modo como o comportamento se coloca corporalmente se devem à estimulação exteroceptiva da pele; por eles percebidos.

Tocar e sentir
Observar, ver é uma forma de tocar a distância, mas é por meio do tocar que verificamos e confirmamos a realidade. O tato atesta a existência de uma realidade objetiva, no sentido de que é alguma coisa fora, que não eu mesma. As pontas dos dedos do bebê lhe fornecem a existência de um universo, levando-o ao desenvolvimento da consciência de seu próprio corpo e o da mãe, constituindo o seu meio primário e fundamental de comunicação; a sua forma de entrar em contato com outro ser humano, estabelecendo-se ai a gênese do toque humano.
Os bebês sempre emitem comportamentos com a finalidade de manter o seu contato com a mãe. Quando o bebê é frustrado nesta busca de contato acaba por valer-se de outros recursos, tais como chupar seus dedos, agarrar parte de si mesmo, balançar-se. Estes comportamentos são uma regressão à estimulação pelo movimento passivo que experimentou na vida intra-uterina. Os seres humanos se tornam adultos ternos, amorosos e carinhosos a medida em que recebem muitos cuidados em seus primeiros anos de vida.

O valor da massagem
A massagem é uma forma ampliada de tocar com qualidade, proporcionando descanso em partes ou no corpo todo. A massagem é bastante adequada aos bebês, uma vez que saíram de sua posição fetal e precisam alongar os seus músculos, abrir as juntas e coordenar seus movimentos, habilitando-o melhor para as habilidades físicas. Ela ainda beneficia a freqüência cardíaca, a respiração e a digestão.
As mães encontram ganhos positivos nestes contatos, a exemplo da ajuda que ocorre na secreção de “hormônio da maternidade”; a prolactina, que auxilia na produção de leite e na capacidade de relaxar. As mães acabam se sentindo mais seguras através da percepção de sua capacidade em proporcionar benefícios para o bebê, obtendo deles boas respostas.
Shantala é o nome da técnica de massagem para bebês usada há milhares de anos na Índia. Foi o Dr. Frederick Leboyer, obstetra francês que observou, em Calcutá, uma mãe massageando seu bebê e trouxe ao mundo ocidental tais informações. Encantado com a força do momento, batizou a seqüência de movimentos com o nome daquela mulher: Shantala; que é uma arte de dar amor e uma técnica

O toque na vida social e afetiva do bebê na visão Piagetiana
Rodrigues (1989) nos diz a respeito do período "sensório-motor" de Jean Piaget, “na vida social e afetiva do bebê de 0 a 2 anos de idade, onde há os sentimento interindividuais – Com o domínio da noção de objeto permanente, há uma separação do eu corporal, em relação ao outro, dando início a um sistema de trocas sociais e afetivas. Essas trocas, porém, não são genuinamente sociais, pois são calcadas, sobretudo, na imitação de gestos. Assim, a imitação do ato da mãe de tocar o rosto do bebê gera-lhe prazer e leva a criança a repetir este gesto na própria mãe.”
De acordo com Bee (1997) o contato imediato após o parto parece aprofundar a capacidade de a mãe (e talvez também do pai) responder em relação ao bebê. Alguns psicólogos acreditam que a capacidade de formação de vínculo social é resultado da maturação e que deve ocorrer algum relacionamento logo no início da vida da criança se quiser que esta seja capaz de, mais tarde, formar vínculos significativos.
Os bebês têm que sugar com vigor para que o leite continue a ser produzido em boa quantidade. As mães devem ter o desejo de amamentar. Uma mãe que amamente por sentir que deve e não porque o queira irá sentir-se tensa. Quando as mães se acham perturbadas, os bebês também mostram sinais de aflição. Por outro lado, os bebês de mães tranqüilas tendem a ser calmos. A saúde emocional da mãe e do bebê é mais bem proporcionada por tudo que gere maior prazer entre ambos.

O bebê sinaliza as suas necessidades por meio do choro ou do sorriso, reagindo conforme os pais respondem aos seus apelos, levando-o ao colo, acalmando-o. Tais comportamentos são fundamentais para a formação de vínculos e estabelecimento de elo afetivo familiar, que é uma segunda etapa, posterior ao contato inicial pós-parto.
Com relação a bebês prematuros e com baixo peso, que correspondem a vinte milhões do nascimento anual no mundo, um terço deles morre antes de completar um ano de vida. Tal fato levou muitos estudiosos (Charpak, 1997) a pesquisas e discussões permanentes, obtendo respostas que sinalizam o contato da pele entre o bebê prematuro e sua mãe; o que se denominou de método “Mãe Canguru“ representando um modelo eficaz de atendimento a este bebê com relação à melhoria da qualidade de vida. O recém-nascido é retirado da incubadora e permanece junto ao colo da mãe, com a cabeça encostada no seu coração, favorecendo os batimentos cardíacos, a temperatura e a respiração. Além de manter o bebê inclinado, impedindo o refluxo do alimento para o pulmão e permitindo um maior contato com a mãe, viabilizando o aleitamento materno, que alimenta o bebê e protege-o contra infecções.
Na visão de Winnicott (1993) encontramos que a capacidade das mães em dedicar a seu filho toda a atenção que ele precisa, atendendo suas necessidades de alimentação, higiene, acalanto ou no simples contato sem atividades, cria condições necessárias para a manifestação do sentimento de unidade entre duas pessoas.
Da relação saudável que ocorre entre a mãe e o bebê, constitui-se a subjetividade do sujeito, conforme Winnicott (1999), ao se referir ao desenvolvimento emocional-afetivo da criança. No primeiro ano de vida, o bebê mantém uma relação visceral com a mãe, onde ele a considera como uma extensão de seu próprio corpo, até acontecer à divisão do “não-eu” e do “eu” do bebê. Para que haja uma boa formação psíquica deste bebê, é preciso que esta mãe e o ambiente que lhe cerca sejam suficientemente bons, Winnicott, evitando assim “falhas” ou carências, que podem gerar grande ansiedade, que por sua vez, pode comprometer a constituição da sua subjetividade.
Encontramos ainda em Winnicott (1982) que, a mãe, ao tocar, manipular o bebê, aconchegá-lo, falar com ele, acaba promovendo um arranjo entre soma e psique e, principalmente ao olhá-lo, ela se oferece como espelho onde o bebê deve se ver. A forma como esta mãe olha o bebê (expressão facial) devolve a ele a sua imagem corporal, como forma de comunicação.
O ato de tocar se insere em alto grau de importância desde a convivência gestacional e posterior a ela, onde o contato da mãe com o seu bebê; já implica em momentos favorecedores na formação da criança. O toque imediato após o parto, estabelecendo o vínculo entre mãe e bebê; o toque na amamentação, gerando trocas positivas entre ambos, e evitando a tensão que possa ocorrer conforme o estado emocional presente, e ainda, a geração de bem estar na mãe, ao perceber o tipo de ajuda favorável que oferece ao seu filho. Encontramos também o valor do contato entre mãe e bebê prematuro assinalado no método Canguru, o qual demonstra os benefícios obtidos deste tipo de relação inicial.
No campo físico, o tocar viabiliza o bom funcionamento da respiração e digestão, entre outros pontos. No desenvolvimento psíquico e social fica evidente a relevância do tocar, principalmente se através dele, é possível estabelecer um vínculo melhor entre a mãe (ou quem cuida) e o bebê, gerando assim uma tendência na criança, de criar e manter outros vínculos mais seguros ao longo de sua vida social. O bebê, por encontrar um contato desta magnitude em sua formação inicial, vai formando uma personalidade sadia e percebe o mundo de forma agradável, sentindo-se aceito e bem quisto com o passar do tempo, formando então, uma boa auto-estima, instrumento imprescindível na conquista do mundo que vai se desvelando conforme avança em seu crescimento e na manutenção das relações que vai estabelecendo com as outras pessoas.
A comunicação é fator relacionado ao tocar, uma vez que o bebê percebe, por meio de respostas de contato com o outro, a forma como é tocado, mediante os seus apelos de cuidados. O contato da relação proporciona as impressões de comunicação dos dois lados: mãe e bebê, os quais, acabam interagindo, cada vez mais, conforme avançam nesta troca, levando, conseqüentemente, a constituição do sentimento de unidade.
Encerramos este trabalho, certos de que há a necessidade de tocarmos com carinho os bebês no cotidiano e, conseqüentemente, a criança que se desenvolve posteriormente. É possível ainda compreender, dentro da perspectiva de contínuo desenvolvimento, que o tocar é importante para o jovem, o adulto e o idoso, que são apenas um ser humano, em suas diferentes dimensões com relação ao tempo. Este tocar carrega em si numerosos benefícios em forma de estímulos que geram um melhor desenvolvimento físico, emocional e social, potencialmente gerador de uma personalidade terna e amável no adulto posteriormente. O que talvez esteja emperrado no momento seja a falta de hábito e não, pura e simplesmente, o desconhecimento sobre o tema e suas conseqüências. O trabalho necessário por hora é o de agregar estas duas informações, uma teórica (informação) e outra prática, despertando a necessidade do hábito (o tocar), aumentando a chance das crianças quanto a um melhor desenvolvimento.
Referências
BEE, Helen. O ciclo vital. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1997.
CHARPAK N, Figueroa Z, Hamel A. El Método canguro. Colombia Bogotá: Interamericana-McGraw-Hill, 1997.
FARIA, Anália Rodrigues. O desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. São Paulo: Editora Ática, 1989.
MONTAGER, Ashley. Tocar: O significado humano da pele. São Paulo: Editora Summus, 1988.
WINNICOTT, Donald Woods. O ambiente e os processos de maturação. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 1982.
________. Os bebês e suas mães. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
________. A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

Conferência Afectos e (Des) Afectos: Prevenir a Violência, um desafio de Cidadania

DIVULGAÇÃO ANIMAR NO DOMÍNIO DA CIDADANIA E IGUALDADE DE GÉNERO

Fonte: Associação Fernão Mendes Pinto Assunto: "Educar para os afectos
A Associação Fernão Mendes Pinto, no âmbito do projecto Tempus (promovido no âmbito do POPH, Tipologia 7.3), encontra-se a organizar para o Dia 25 de Novembro , Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, a Conferência Afectos e (Des)Afectos: Prevenir a Violência, um desafio de Cidadania.
Esta Conferência integra-se no Programa de Iniciativas da Campanha intitulada “Educar para os Afectos” e, pretende reunir profissionais de diferentes áreas de intervenção para que, em conjunto , seja possível pensar os contextos da violência e repensar as estratégias de intervenção neste domínio.É actualmente unânime que vivemos numa sociedade com constantes manifestações de violência. Sabemos também que os mais expostos, directa ou indirectamente, são as pessoas mais vulneráveis, entre elas, as crianças e adolescentes, as mulheres, e os idosos.

sexta-feira, novembro 13, 2009

Site de actividades para crianças

Basta clicar no site indicado e entra no eu sou criança e vai encontrar muitos outros sites de actividades que pode fazer com o seu filho.

Experimente e divirta-se com o seu filho.

http://www.eusou.com/crianca/

quarta-feira, outubro 28, 2009

Programa “Intervenção Precoce no Alentejo”, ganha prémio de boas práticas


Os Prémios de Boas Práticas em Saúde foram entregues, na passada sexta-feira, 23 de Outubro de 2009, em cerimónia realizada no Instituto Politécnico de Beja.
Vencedores:

· 1.º Prémio – Doença Crónica na Criança – Reorganizar para promover a equidade, a efectividade e a eficiência – A experiência do Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado
da Silva – Hospital Garcia da Orta, E.P.E.;

· 2.º Prémio – Intervenção Precoce no Alentejo – Administração Regional de Saúde do Alentejo;

· Menção Honrosa - Equipas de Cuidados Continuados Integrados Domiciliários – Administração Regional de Saúde do Algarve.

O Prémio de Boas Práticas em Saúde, organizado pela Associação Portuguesa para o
Desenvolvimento Hospitalar, tem como objectivo distinguir e galardoar o trabalho dos profissionais ou das equipas dos serviços de saúde dos sectores público, privado e social, que tenham vindo a cooperar para a melhoria dos resultados em saúde num dos três eixos: Equidade, Efectividade e Eficiência e este ano foi atribuído pela Novartis Oncology.
Num total de 93 projectos de diversas instituições ou unidades de saúde, apresentados a concurso, a ARS Alentejo ganhou o 2º Prémio com o projecto ” “Intervenção Precoce no Alentejo”, que é um programa que resulta de uma acção conjunta entre a ARS Alentejo, a Administração Regional de Educação, os Centros Distritais de Segurança Social e as Instituições Particulares de Solidariedade Social e tem como principal objectivo assegurar condições de desenvolvimento de crianças entre 0aos 6 anos de idade, com deficiência ou em risco de atraso grave de desenvolvimento.
Este programa, implementado a partir do ano 2000, passou a abranger no final de 2008 os 48
concelhos do Alentejo, é assegurado localmente por 42 Equipas de Intervenção directa, constituídas por diversos técnicos (educadoras de infância, terapeutas, psicólogos, enfermeiras e assistentes sociais), que dispõem dos meios técnicos adequados, nomeadamente, de 38 viaturas, e que apoiaram, 2421 crianças e suas famílias, durante o ano 2008.

sexta-feira, outubro 09, 2009

OS SARIS DA MINHA MÃE

Quando poderei vestir um sari? — perguntei à minha mãe, saltando para cima da sua cama.
A minha mãe pegou numa mala de couro, dentro da qual guarda todos os seus saris, e que está sempre debaixo da cama. A mala contém o sari de cetim amarelo que ela usou na festa do bebé da Uma Didi, o sari cor de pêssego, que é fino como uma teia de aranha, e o meu favorito, o sari vermelho do seu casamento. Só o vi uma vez, porque está cuidadosamente embrulhado num velho lençol de cama.
— Podes vestir saris quando fores mais velha — disse a minha mãe, abrindo a mala.
— Mas hoje faço sete anos e vamos ter uma festa! Por isso é que estás a usar um sari.
A minha mãe só abre esta mala em dias especiais. A mãe dela, a Nanima, usa um sari todos os dias, mesmo quando dorme. As dobras e os recantos dos saris da Nanima estão cheios de segredos. Neles encontro moedas, alfinetes de segurança, e o seu odor permanente a sabonete de sândalo.
A minha mãe corre o fecho da mala e eu tento absorver todas as cores que ela encerra.
— Ajudas-me a escolher um sari? — pede.— Claro que sim — respondo.
Talvez ela me deixe escolher um também.
— Que tal me fica este? — pergunta, segurando um sari cor de púrpura junto do rosto.
— Oh mãe, pareces uma beringela — rio.
— E este?
A minha mãe desenrola um sari de seda preta que brilha como um céu estrelado.— Esse não, porque já o usaste na festa de anos da Devi Masi.
— Não acredito que te lembres disso tudo!Mas é verdade que me lembro de todos os saris que a minha mãe usou. Ainda me lembro do sari cor de lavanda, que ela vestiu na festa do Diwali, e do sari cor de magenta com veados bordados, que ela vestiu no dia em que a Nanima nos fez a primeira visita.
A minha mãe fica lindíssima com saris. São tão diferentes das camisolas cinzentas e das calças castanhas que veste todos os dias para ir trabalhar.
— E este? — pergunto, apontando para um sari que nunca tinha visto.Parece uma bola de fogo laranja e as pontas vermelhas parecem ter sido mergulhadas em tinta vermelha. A minha mãe sorri:— Usei esse sari no dia em que te trouxemos do hospital.
Todos os teus tios e tias vieram dar-te as boas vindas.— Veste-o hoje outra vez!A minha mãe desenrola-o e molda-o ao corpo. O sari brilha como o sol poente.Olho para as minhas roupas e sinto-me desinteressante em comparação.
— Porque não posso usar um sari?— Os saris são para mulheres adultas. Mesmo que o dobrasses várias vezes, acabarias por tropeçar nele.
— Nunca me deixas fazer nada. Ontem, disseste-me que não podia ir para a escola com sapatos de festa, embora todos os dias calces tacões para ir trabalhar.
— Porque não usas a tua chanya choli? — sugeriu.
— Disseste-me que os espelhos da saia te faziam parecer uma princesa.
— Não quero. Já tenho idade para usar um sari. Já não preciso de luz de presença no quarto e consigo servir-me de leite de manhã sem entornar uma gota. A minha mãe ficou calada durante algum tempo.
Depois disse:— Lembro-me da primeira vez que usei um dos saris da minha mãe. Senti-me tão crescida!
— Por favor, mamã, deixa-me escolher um — sussurro. — Até sei qual quero usar.
— Bem, estás a ficar mais alta e talvez consigamos segurar as dobras com muitos alfinetes. Mas só vestes o sari hoje, porque fazes anos.
— E posso vestir outro quando fizer oito anos? Nessa altura, já serei tão alta como tu!
A minha mãe ri e começa a mostrar-me os saris, um a um. Quando só resta um no fundo da mala, exclamo:
— É esse mesmo! O azul com flores douradas nas pontas.
— Põe-te de pé em cima da cama — pede a minha mãe.Depois, começa a enrolar o sari em volta do meu corpo. Quando tento ver-me ao espelho, avisa:
— Espera, ainda não estás pronta!
De uma latinha em forma de coração que tem no armário, tira algumas pulseiras em ouro. Coloca seis no meu braço, que caem no chão a tilintar quando o estico.
— Temos de pedir à Nanima que nos envie pulseiras que condigam com este sari — brinca a minha mãe.
— Já posso ver-me ao espelho? — peço.
— Só mais uma coisa — responde a minha mãe, abrindo uma gaveta da cómoda.
Dela retira uma pequena caixa que contém alguns bindis de cores e feitios diferentes. Pega num prateado e coloca-o bem no meio das minhas sobrancelhas.
— Já podes olhar.
Debruço-me sobre o espelho, pegando no sari com cuidado.
— Que tal?
Sinto-me a flutuar num oceano de azul. O material reluzente faz-me brilhar. É tão bonito que digo, dedilhando a borda do sari:
— Acho que estou parecida contigo, mãe!
Pooja Makhijani; Elena GomezMama’s SarisNew York, Hachette Book, 2007
(Tradução e adaptação) * * * * *

quarta-feira, outubro 07, 2009

A afectividade entre mãe-bebé, a construção da realidade psicológica da criança e as consequências da ausência afectiva maternal aquando da entrada das crianças nos Infantários


Maria de Fátima Oliveira
fa.oliveira@clix.pt
Licenciada em Psicologia da Saúde – Universidade Lusíada do Porto, Portugal.
Doutoranda em Psicologia pela Universidade de Extremadura, Espanha2006

Idioma: Português
Palavras-chave: Afectividade, relação mãe-bebé, ausência afectiva maternal, cuidados maternos, holding, handling, object-presenting

O nascimento da vida psíquica num bebé começa na relação que é estabelecida com a mãe.
De acordo com o pediatra Inglês – Winnicott – os cuidados maternos adequados são indissociáveis do bebé e garantia de uma boa saúde mental. Segundo ele, um lactente isolado não existe: quando encontramos uma criança, encontramos cuidados maternos. Acrescenta, por outro lado, que o rosto da mãe é o primeiro e único verdadeiro espelho da criança.

A relação mãe-bebé está correlacionada com o processo de maturação da criança. As primeiras experiências intersubjectivas desenvolvem-se num banho de afectos, (S. LEBOVICI, 1983).

A mãe comunica os seus afectos interpretando as necessidades e desejos do bebé. Para isto, ela utiliza as suas capacidades de empatia, que lhe permitem perceber os estados afectivos do bebé.
Segundo B. Brazelton, o que caracteriza a interacção típica entre uma mãe e o seu bebé é a sua natureza cíclica, com a alternância de períodos durante os quais a criança fixa intensamente o rosto da mãe e períodos em que o evita, fechando os olhos ou desviando-os ligeiramente.

Winnicott distingue três séries de actos nos cuidados que a mãe prodigaliza à criança:

O Holding que corresponde ao amparo da criança pela mãe, ela suporta-o, assegura-lhe um continente corporal graças ao seu próprio corpo dela no espaço.

O Handling reenvia para os cuidados e manipulações da criança pela mãe, que ao faze-lo, lhe proporciona sensações tácteis, cinestésicas, auditivas e visuais.

O Object-presenting corresponde ao modo de apresentação do objecto; assim através da mãe, a criança tem acesso aos objectos simples, depois a objectos progressivamente mais complexos e finalmente à sua dimensão.

A mãe partilha com a criança pequena um pedaço do mundo à parte mantendo-o suficientemente limitado para que a criança não fique confusa e aumentando-o muito progressivamente de forma a satisfazer a capacidade crescente da criança fruir do mundo, (Winnicott, 1957).

A relação de objecto da criança com a mãe, objecto de Amor, define a afectividade relacional. Há ainda um enquadramento dessa afectividade num estado afectivo geral, que pode ser alegre ou triste, tranquilo ou ansioso, agitado ou instável.

A criança aprende a conhecer o ambiente e o seu conteúdo através da interacção dinâmica com a mãe. No início assiste-se a uma díade relacional e posteriormente com a introdução do pai, uma tríade relacional de afectos, cada um com a sua função na construção psico-emocional da criança.
Diria que a relação objectal com mãe será a plataforma psíquica na qual a criança constrói a sua identidade social.

Se existirem bons alicerces, esta construção será harmoniosa e estável, se não for bem conseguida, a construção citada, a criança pode porventura apresentar alguns problemas psicológicos e muitas vezes problemas psicossomáticos.

A criança começa a percepcionar a Vida através da primeira relação social que é com a mãe.
Brazelton observou que o lactente é capaz de antecipar uma inter-relação social e que, quando as suas tentativas não são satisfatórias, ele utiliza uma diversidade de técnicas para tentar implicar a sua mãe.
Margaret Malher, que ao estudar a cria do Homem durante o seu desenvolvimento e na sua interacção com a mãe, esta propõe a teoria da existência de um processo de separação/individuação que conduz a criança a uma representação de si própria clara e distinta e posto isto, a uma autonomização da vida psíquica.

Existe unanimidade entre todos os autores que estudam o Desenvolvimento da criança, que a interacção mãe-bebé é crucial pois determina o aparecimento e o início da vida psíquica e permite à criança uma construção de estrutura mental e emocional.

No entanto, acontece que na actualidade assiste-se a uma “despersonalização maternal” do vinculo afectivo entre mãe-bebé, dado que é pratica comum e social, as mães terem que colocar os seus bebés, geralmente por volta dos 4 meses quando acaba a licença de parto, em creches e infantários, para que esta possa trabalhar.

Será que os serviços materno-infantis existentes cumprem a sua função de as crianças terem necessidade de se relacionar com pessoas privilegiadas e afectivamente disponíveis?

É uma questão pertinente que nos leva a uma atitude reflexiva acerca desta problemática.

Concluindo e citando João dos Santos:

“Não quero negar a necessidade de creches, mas penso que para que se promova um desenvolvimento psicomotor, afectivo e intelectual favorável é necessário preservar a criança das perturbações que resultam duma relação perturbada com a mãe ou com a Instituição que o recolhe durante as horas de trabalho da mãe. Porem, a ideia hoje divulgada é a que existência do infantário resolve todos os problemas da criança.Nunca em nenhuma sociedade os problemas do bebé puderam ser separados do problema da mãe e da criança.A função maternal pode ser exercida pela creche, se o seu pessoal for composto de pessoas autênticas, integradas por técnicos com formação profissional adequada.Um técnico vale mais por aquilo que é, do que por aquilo que sabe (S. Nacht).É também verdade para todos os técnicos que trabalham com pessoas, quer elas sejam crianças ou adultos, mas hoje o que faz com o pessoal é mais para valorizar o que eles sabem do que o que eles são.Finalizando, para que uma creche possa exercer a sua função maternal, é necessário que ela se alimente e viva de uma forte participação das mães…”
Bibliografia consultada:
Benony, Hervé., O desenvolvimento da criança e as suas psicopatologias, Climepsi Editores
Boubli, Myriam., Psicopatologia da criança, Climepsi Editores
Branco, M.E.C., Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos, Livros Horizonte: Lisboa
Gueniche, K., Psicopatologia descritiva e interpretativa da criança, Climepsi Editores

Coração de Mãe


Mais um livro irresistível do planeta tangerina...

Passem pelo site e descubram este delícia.

Quando Eu Nasci


É quando nascemos que começa a grande aventura! Do respirar, do provar, do sentir... Pelas páginas deste livro desfilam algumas das descobertas que nos fizeram (e fazem) espantar.
Editora:planeta tangerina
Texto: Isabel Minhós Martins
Ilustrações: Madalena Matoso
site: http://www.planetatangerina.com

Decreto - lei da I.P

Foi ontem publicado o Decreto-Lei nº 281/2009, através do qual foi criado o Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância.

Para ver basta clicar no link: http://pt.legislacao.org/primeira-serie/decreto-lei-n-o-281-2009-social-intervencao-snipi-criancas-183499

quinta-feira, agosto 20, 2009

Governo cria Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância


O Governo aprovou hoje a criação do Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI), cuja principal missão é garantir condições de desenvolvimento das crianças com dificuldades ou limitações.


O novo sistema vai funcionar em acção concertada dos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social, da Saúde e da Educação, com envolvimento das famílias e da comunidade, refere o comunicado da reunião do Conselho de Ministros.
A criação do SNIPI integra-se no âmbito do Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiência ou Incapacidade 2006-2009, com o objectivo de garantir condições de desenvolvimento às crianças com limitações funcionais ou de estruturas do corpo ou com risco de grave atraso no desenvolvimento.

“A intervenção precoce deverá assentar na universalidade do acesso, na responsabilização dos técnicos e dos organismos públicos e na correspondente capacidade de resposta”, acrescenta o comunicado do Governo, apontando três níveis de processo de acompanhamento e avaliação (local, regional e nacional).

segunda-feira, junho 08, 2009

Cinco maneiras para ajudar as crianças a lidar com as perdas


É importante que os pais estejam preparados para as perdas e separações que o seu filho, ainda pequeno, irá ter, inevitavelmente, nos primeiros anos da sua vida.


1 - É importante que os pais estejam preparados para as perdas e separações que o seu filho, ainda pequeno, irá ter, inevitavelmente, nos primeiros anos da sua vida. Portanto, é de não estranhar o choro e o desgosto sentido perante o desaparecimento ou a morte de alguém ou de algum animal a quem ele esteja especialmente ligado, e que faça parte integrante da sua vida. Nestes momentos, ele precisa, mais do que nunca, de apoio e afecto.


2 - Nestas circunstâncias, uma das formas essenciais de apoiar o seu bebé, consiste em mostrar-se aberto ao seu desgosto, aceitando-o sem estranheza nem distância, sem minimizar ou considerar a sua perda como um problema de pouco importância, facilmente ultrapassável. Leve a sério o seu desgosto, discutindo-o em termos simples e directos. As crianças pequenas não compreendem o conceito da morte ou desaparecimento, mas sentem a dor que a separação lhes causa.


3 - Valide os sentimentos do seu filho pequeno, deixando-o chorar o tempo que quiser, confirmando a sua dor como um facto real. Evite dizer-lhe: «vamos, anima-te, isso não é nada!». Encoraje-o a falar sobre a sua perda e a sua dor, nunca o aconselhe a «engolir» as lágrimas, muito pelo contrário. Deixe-as correr sem limites de tempo nem restrições de espécie alguma.


4 - Dê-lhe a maior quantidade possível de mimos, abrace-o, dê-lhe beijinhos, aperte-o junto ao coração. Nada ajuda mais a preencher um vazio por perda afectiva do que o carinho fisicamente demonstrado.5 - Diga-lhe que estará sempre junto dele para juntos partilharem o seu desgosto. Afiance-lhe que irá ajudá-lo a lidar com esses sentimentos, e que não terá que os resolver sozinho.



Texto: PAIS&Filhos
06 Agosto 2007

sexta-feira, junho 05, 2009

Como fazer feliz meu filho?
Não há receitas para tal.
Todo o saber, todo o meu brilho
de vaidoso intelectual
Vacila ante a interrogação gravada em mim, impressa no ar.

Bola, bombons, patinação talvez bastem para encantar?
Imprevistas, fartas mesadas, louvores, prêmios, complacências,

milhões de coisas desejadas, concedidas sem reticências?
Liberdade alheia a limites, perdão de erros, sem julgamento,

e dizer-lhe que estamos quites, conforme a lei do esquecimento?
Submeter-se à sua vontade sem ponderar, sem discutir?

Dar-lhe tudo aquilo que há de entontecer um grão-vizir?
E se depois de tanto mimo que o atraia, ele se sente pobre,

sem paz e sem arrimo, alma vazia, amargamente?
Não é feliz. Mas que fazer para consolo desta criança?

Como em seu íntimo acender uma fagulha de confiança?
Eis que acode meu coração e oferece, como uma flor,

a doçura desta lição: dar a meu filho meu amor.
Pois o amor resgata a pobreza, vence o tédio,

ilumina o dia e instaura em nossa natureza a imperecível alegria.

Carlos Drummond de Andrade

Lá Em Casa Mandam Eles?

Como Lidar Com as Birras, a Oposição e o Desafio de Vera Ramalho
Editor: Psiquilibrios

Com que frequência podemos esperar que as crianças obedeçam aos pedidos ou ordens dos pais?
Quais são os factores dos pais, das crianças e do meio que os envolve que tornam a obediência mais ou menos provável? Existem factores que influenciam a obediência?
Estas perguntas são muitas vezes feitas pelos pais e surgem com mais frequência quando as dificuldades em controlar o comportamento da criança se torna algo constante. Lá em casa mandam eles? tem como primeiro objectivo ajudar os pais a compreender como a desobediência, as birras e outros problemas de comportamento podem estar a ser mantidos e, mais importante, que as práticas parentais positivas são a chave para facilitar os comportamentos adequados da criança.
O livro destina-se a pais de crianças entre os 3 e os 12 anos e poderá também ser usado como acompanhamento da intervenção psicológica junto dos pais. Centra-se também na prevenção dos problemas de comportamento de forma a evitar que estes comecem a "conquistar terreno" nas famílias nas quais ainda não estão presentes.

Do lado do silêncio

" Do lado do silêncio
Gosto de espreitar o teu sono de criança, à noite, quando dormes alheio a tudo, e eu fico a ouvir a tua respiração a alisar os teus cabelos. Às vezes, chego a pensar que é um desperdício ir dormir, em lugar de ficar a ver-te dormir, porque o tempo voa e em breve já não será criança. Nestas noites, como diz a lei, tenho-te à minha «guarda», o que é prazer insubstituível e a que alguns chamam direitos e outros deveres.

Gosto de acordar de manhã, quando, ainda antes do despertador tocar, oiço o som do Canal Panda na sala, e fico a saber que tu já acordaste e que segues à risca o ritual estabelecido, e a que a seguir irás fazer o teu pequeno almoço e vestires-te para a escola. Mas, apesar disso, gosto de te recomendar que faças tudo isso e não te esqueças de lavar os dentes, sabendo que não te esqueces mas também gostas de ouvir-me dizer-to, porque essa é a forma de saberes que te «guardo».

Saímos de casa deixando para trás o desalinho do teu quarto, a desarrumação vivida das tuas coisas, esses sinais indesmentíveis da tua presença, sem os quais a casa não faz sentido e o silêncio pesa como dor escondida. És sempre tu quem carrega no botão do elevador, quem acende as luzes da garagem, numa atenção emergente para a rotina das coisas, que é forma como vais entrando na manhã. E segues num silêncio atento no banco de trás do carro, que interrompes às vezes com alguma pergunta que te ocorre de repente. Vais chegado para a frente, uma mão pousada nas costas do meu banco, como se quisesses prolongar os últimos instantes de proximidade física. Infelizmente, é tão curto o trajecto, que chego a desejar uma camioneta a descarregar na rua que nos atrase uns minutos antes que a manhã nos separe. E embora eu saiba que não há carros à vista quando tu atravessas a rua para a porta da escola, vou contigo de mão dada, para que sintas ou para que eu finja para comigo que continuo a guardar-te até que a porta nos separe e outros fiquem contigo.

Porque há sempre uma porta que se fecha e que nos separa, ao contrário da casa, onde a porta do teu quarto e a do meu estão sempre abertas. Há sempre esta porta que se fecha sobre ti, outros que te falam e te escutam, enquanto eu caminho na tua ausência e na lembrança da tua voz, outros que sabem de ti o que eu ignoro, outros que por vezes se cansam de ti enquanto eu só te espero, outros que te vêem e te tocam enquanto eu olho as tuas fotos espelhadas pela minha vida. Tão perto e tão longe de ti. Tão fundo e tão ausente. Tantas esperanças, tantos projectos, tantos planos. Tantos enganos. Tantos anos, Tantos danos.

Fecho os olhos e sonho. Tu caminhas comigo, de mão dada, num campo onde não há mais ninguém, e procuramos musgo e pinhas.

Há uma gruta num pequeno bosque de que eu finjo não conseguir encontrar a entrada sem ti. É o nosso segredo e lá estamos protegidos do mundo e dos seus males e perigos. Entro por aí contigo. Adormeço e para sempre viverei contigo nesta gruta. E és tu então que me proteges.

( A todos os pais que não se demitiram de o ser e que gostariam de acordar todas as manhãs com os seus filhos e vê-lo adormecer todas as noites e não podem. A todos os machos-homens, vagueando por casas vazias sem ninguém a quem guardar, sem ninguém a queproteger, sem função útil, nestes tempos em que não há tempo a perder. E escrito em mais um Dia Internacional da Mulher, com o seu coro de lamentações e homenagens à mulher e «à sua tripla função de mãe-trabalhadora-dona-de-casa», face à cada vez mais evidente inutilidade social dos homens)."

Miguel Sousa Tavares

terça-feira, junho 02, 2009

REMAX


A Equipa de Intervenção Precoce quer agradecer à REMAX de Reguengos de Monsaraz por ter recolhido junto da população brinquedos, livros, roupas e jogos para oferecer aos nossos meninos.

Em nome das nossas famílias: Muito obrigada.



E ficou a promessa de entregarem mais brinquedos...Upi!

Intervenção Precoce: Um sorriso no Alentejo


A Equipa de Intervenção Precoce de Reguengos de Monsaraz e Núcleo de Mourão, no dia 23 de Junho, pelas 9.30 irá realizar um encontro no Auditório Municipal de Reguengos de Monsaraz




9.30h— Recepção

10.00h—Sessão de Abertura
Manuel Galante — Provedor da S.C.M.R.M.
Vítor Martelo — Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz
Dr.ª Cristina Miranda — Coordenadora Regional da Intervenção Precoce do Alentejo — Administração Regional do Alentejo
Dr. José Verdasca — Direcção Regional de Educação do Alentejo.
Dr. João Canha — Centro Distrital da Segurança Social de Évora
Dr. Fernando Quintas — Mesário da Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz

10.30h– Intervenção Precoce no Alentejo
Dr.ª Cristina Miranda — Pediatra - Coordenadora Regional da Intervenção Precoce do Alentejo

11.00h– Pausa para Café

11.15h— Dinâmicas Familiares
Dr.ª Alice Cabral — Técnica de Serviço Social — Centro Distrital da Segurança Social de Évora

11.45h—Apresentação de Caso: O que eu era e o que eu sou...
Dr.ª Cláudia Rocha – Assistente Social / Dr.ª Irini Berketi — Fisioterapeuta / Ana
Paula Rola — Educadora de Infância
Equipa de Intervenção Precoce de Reguengos de Monsaraz — Núcleo de Mourão


12.15h — Espaço para Reflexão

12.30h — Almoço

14.00h— Estudo realizado sobre a Avaliação da Satisfação das famílias apoiadas pelo PIPREM
Dr.ª Carla Duarte — Socióloga
Universidade de Évora

14.30h— Desenvolvimento da Linguagem: Sinais de Alarme
Dr.ª Ana Raquel Brito — Terapeuta da Fala
Equipa de Intervenção Precoce de Reguengos de Monsaraz

15.30h— Slide Show

15.45h— Debate

16.00h— Sessão de Encerramento Conclusivo
Dr.ª Inês Filipe — Direcção Regional de Educação do Alentejo


As inscrições deverão ser enviadas até dia 15 de Junho para a Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz — Equipa de Intervenção Precoce de Reguengos de Monsaraz.
Rua Dr. António José de Almeida, 14 Ap. 61
Reguengos de Monsaraz
A Inscrição poderá também ser realizada através do e-mail da equipa — piprem@gmail.com
Telefone: 266 509 150 969 176 090

segunda-feira, junho 01, 2009

Dia Mundial da Criança


Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o Dia Mundial da Criança não é só uma festa onde as crianças ganham presentes.


É um dia em que se pensa nas centenas de crianças que continuam a sofrer de maus tratos, doenças, fome e discriminações (discriminação significa ser-se posto de lado por ser diferente).


Sabias que o primeiro Dia Mundial da Criança foi em 1950?


Tudo começou logo depois da 2ª Guerra Mundial, em 1945.Muitos países da Europa, do Médio Oriente e a China entraram em crise, ou seja, não tinham boas condições de vida.


As crianças desses países viviam muito mal porque não havia comida e os pais estavam mais preocupados em voltar à sua vida normal do que com a educação dos filhos. Alguns nem pais tinham!
Como não tinham dinheiro, muitos pais tiravam os filhos da escola e punham-nos a trabalhar, às vezes durante muitas horas e a fazer coisas muito duras.
Sabias que mais de metade das crianças da Europa não sabia ler nem escrever? E também viviam em péssimas condições para a sua saúde.
Em 1946, um grupo de países da ONU (Organização das Nações Unidas) começou a tentar resolver o problema. Foi assim que nasceu a UNICEF.


Mesmo assim, era difícil trabalhar para as crianças, uma vez que nem todos os países do mundo estavam interessados nos direitos da criança.
Foi então que, em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres propôs às Nações Unidas que se criasse um dia dedicado às crianças de todo o mundo.
Este dia foi comemorado pela primeira vez logo a 1 de Junho desse ano!


Com a criação deste dia, os estados-membros das Nações Unidas, reconheceram às crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social o direito a:- afecto, amor e compreensão;- alimentação adequada;- cuidados médicos;- educação gratuita;- protecção contra todas as formas de exploração;- crescer num clima de Paz e Fraternidade universais.


Sabias que em só nove anos depois, em 1959 é que estes direitos das crianças passaram para o papel?
A 20 de Novembro desse ano, várias dezenas de países que fazem parte da ONU aprovaram a "
Declaração dos Direitos da Criança".Trata-se de uma lista de 10 princípios que, se forem cumpridos em todo o lado, podem fazer com que todas crianças do mundo tenham uma vida digna e feliz.
Claro que os Dia Mundial da Criança foi muito importante para os direitos das crianças, mas mesmo assim nem sempre são cumpridos.


Então, quando a "Declaração" fez 30 anos, em 1989, a ONU também aprovou a "Convenção sobre os Direitos da Criança", que é um documento muito completo (e comprido) com um conjunto de leis para protecção dos mais pequenos (tem 54 artigos!). Estão escritos de uma forma mais simples para tu os perceberes melhor.

Esta declaração é tão importante que em 1990 se tornou lei internacional!


Aconselhamento Parental

Como educar uma criança?

Todos os pais passam pela experiência de, em determinadas alturas, não saberem qual a melhor forma de agir com os filhos e com os múltiplos desafios e exigências que isso implica. Mesmo após um primeiro filho, cada novo elemento na família traz mudanças fundamentais ao seio familiar que podem ser vividas com maior ou menor dificuldade. Independentemente dos obstáculos, a verdade é que os filhos não trazem na altura do nascimento um "manual de instruções" que nos permita definir previamente a melhor forma de lidarmos com eles. É uma constante adaptação que tem de ser encarada como uma contínua aprendizagem de todos os intervenientes da família. Cada filho acaba por formar a sua própria individualidade, sendo que isso transcende largamente comportamentos à semelhança dos seus pais e que vão ao encontro das suas expectativas. Uma maior flexibilidade a este respeito permite que se encontre um equilíbrio entre as suas próprias "teorias educacionais" e os objectivos, capacidades e sentimentos da criança.

É importante que os pais tenham noção das diferentes transformações desenvolvimentais por que o filho está a passar, nomeadamente das suas competências e limitações, assim como das tarefas apropriadas a cada fase, para poderem educar o seu filho com tranquilidade mas também com persistência. Esta tarefa constante e diária exige uma combinação de factores pessoais e relacionais que têm de ser suportados por uma estabilidade emocional razoável tanto da figura materna como paterna.

Por vezes, os pais avaliam-se como pouco capazes de transmitir as suas vontades e regras, reforçando a ideia de que os filhos já nasceram com tendência a ser teimosos, irrequietos ou mal comportados e que não há nada a fazer em relação a isso. Outros, relativizam demasiado certos comportamentos, tendo a ideia de que com a idade tudo irá passar e que o problema se resolverá por si só. Também há aqueles que sentem a educação do filho com ansiedade e que pelo contrário valorizam e analisam excessivamente os comportamentos deste e os seus possíveis significados. Educar uma criança exige muita disponibilidade, energia e tolerância às frustrações. No entanto, não nos podemos esquecer que os próprios pais, durante esse longo período de educação, estão igualmente a passar por transformações e também têm de responder a desafios pessoais, profissionais, financeiros, de relação com o cônjuge, entre outros.

A gestão de todos estes processos pode levar à necessidade de procura de aconselhamento de profissionais habilitados a orientar e esclarecer os pais, quanto a possíveis dúvidas ou mesmo dificuldades quanto a diversas questões que surjam na dinâmica familiar e nos comportamentos dos filhos. Este aconselhamento pode ser feito somente com os pais ou, dependendo da problemática, também com sessões individuais com os filhos. Pode não ser necessária uma intervenção terapêutica com os filhos, mas a intervenção com os pais é sempre indispensável, pois são estes que vão ter um papel fundamental na alteração ou adaptação de rotinas e estratégias na educação parental.

quinta-feira, abril 16, 2009

«Crianças aprendem a ler na presença de livros. Nenhuma pessoa tem o direito de criar filhos sem rodeá-los de livros.»

Heinrich Mann

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Seminário “Eu, Criança: O que Sou e o que Serei!”

EIPRed - Equipa de Intervenção Precoce de Redondo
Apartado 121 7170 - 909 REDONDO

Tel: 266 909 764
Fax: 266 999 756
Correio electrónico: ip.redondo@gmail.com

Centro Cultural de Redondo
Seminário “Eu, Criança: O que Sou e o que Serei!”



Dia 25 de Março

09,00 - Recepção

09,30 - Sessão de Abertura

- Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Redondo

- Vereador José Portel da Câmara Municipal de
Redondo

- Presidente do Conselho Executivo do Agrupamento
Vertical de Redondo
- Director do Centro de Saúde de Redondo (a confirmar)
- Director do Centro Distrital de Segurança Social de
Évora (a confirmar)

10,00 - Ser Criança: Ontem e Hoje!

Orador: Dra. Ana Branco - Técnica de Serviço Social
do Gabinete de Apoio à Família da Santa Casa da
Misericórdia de Redondo

10,45 - Pausa para café
11,00 - A Criança e o Seu Mundo

Orador: Dra. Ana Margarida Albano - Psicóloga da
Associação de Paralisia Cerebral de Évora

12,00 - Debate

14,00 - Noções Gerais do Desenvolvimento do Nascimento
aos 6 Anos

Orador: Dra. Cristina Miranda - Pediatra e Coordenadora

Distrital da Intervenção Precoce Alentejo
15,15 - O Papel da Família no Desenvolvimento das
suas Crianças

Orador: Dr. Rui Paixão - Psicólogo da Câmara Municipal
de Reguengos de Monsaraz

16,15 - A Consulta de Saúde Infantil
Orador: Enf.ª Fernanda Louro - Centro de Saúde
de Redondo

17,00 - Debate

17,30 - Sessão de Encerramento

- Dra. Ana Apolónio - Acessora Técnica da Equipa
Distrital de Intervenção Precoce do Alentejo

Moderadora: Maria Manuela Azaruja - Educadora de
Infância e Vice-Presidente do Conselho Executivo
do Agrupamento Vertical de Redondo

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

"O Banco BIPP é um seguro de Vida!" de Laurinda Alves

Em tempos de crise e à margem de todas as teorias da macro-economia e da ciência política, vão-se criando bancos que funcionam e cujo sucesso se mede pela quantidade de pessoas e projectos que apoiam e não pelos lucros financeiros que geram. É o caso do novo Banco BIPP, o Banco de Informação de Pais para Pais.

Trata-se de mais uma IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social – criada por pais de filhos com necessidades especiais. Os pais com filhos diferentes sofrem na pele a realidade da exclusão, a falta de recursos, a ausência de respostas e o deficit de informação em matéria de acolhimento e acompanhamento de crianças e jovens portadores de deficiência.

“Nunca estamos preparados para receber um filho com necessidades especiais.”, diz a mãe de uma criança diferente que vive diariamente o drama da integração. Esta e outras mães e pais sabem muito bem que a nossa sociedade está muito aquém de ser uma sociedade inclusiva, tolerante e aberta à diferença. É pena que assim seja mas é a mais pura e dura das verdades.

Conscientes dos dilemas morais, emocionais e logísticos desta legião de famílias diariamente confrontadas com barreiras de todas as naturezas, e obstáculos de todos os tamanhos e feitios, um grupo de pais liderado por Joana Santiago decidiu criar o BIPP. Aliás a ideia, o investimento e quase todo o esforço de levantamento da realidade-real para criar este banco partiu dela e foi contagiando os outros.

Joana Santiago é mãe de três filhos, um deles com multideficiência e sem diagnóstico definido, coisa que revela uma dificuldade ainda maior em lidar com as suas necessidades específicas.

Conheci a Joana Santiago numa tertúlia sobre a integração de deficientes organizada pelo MEP na sua recém-inaugurada sede nacional, onde estive na tripla condição de moderadora, participante e ‘nova política’ que defende estas e outras causas que envolvem os mais desprotegidos, os mais vulneráveis e os mais frágeis da sociedade.

A Joana apresentou este projecto perante uma plateia a transbordar de pessoas interessadas e qualificadas nesta matéria e todos ficámos a saber que estamos em vésperas de assistir à abertura de duas Lojas do Cidadão vocacionadas para dar respostas às famílias e profissionais que lidam com todos os tipos de deficiência.

“A recolha de toda esta informação foi uma missão quase impossível porque o Estado não cruza informação”. Joana Santiago contou como tudo começou e os anos que passou a pesquisar dados e a sistematizar informação útil para pôr em funcionamento um portal online e abrir as duas Lojas do Cidadão.

A partir de agora qualquer pessoa que tenha dúvidas concretas quanto ao apoio material, financeiro, psicológico, educativo, vocacional, profissional ou outros pode dirigir-se a uma destas Lojas do Cidadão (uma em Cascais e outra em Lisboa, nas instalações do ACP) ou aceder ao portal do BIPP (www.bipp.pt) ou, ainda, enviar um mail para bancobipp@gmail.com e fazer todas as perguntas na certeza de que terá sempre respostas.

http://cronicasdecampanha.blogs.sapo.pt

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Duas luas

O senhor Túlio foi ao Brasil de avião. Ele que nunca tinha saído lá da sua aldeia, aventurar-se a uma viagem tamanha era de espantar. Mas o senhor Túlio tinha uma filha no Rio de Janeiro, filha essa que lhe dera uma neta, neta essa que ia a baptizar, baptizado esse a que o senhor Túlio nem por nada podia faltar.Na grande cidade do Rio de Janeiro, tudo o espantou: o tamanho dos prédios, a largueza das avenidas, a extensão das praias, a bicheza de gente.— É tudo maior do que na minha terra — dizia ele, constantemente. — Até a Lua daqui é mais grada do que a nossa.A filha indignava-se:— Ó pai, não ande sempre de boca aberta que parece mal e, por favor, não diga que esta Lua é maior do que a lá da aldeia, porque a Lua é só uma.O senhor Túlio engolia e calava-se, mas, à cautela, pôs-se a medir aos palmos, de longe, a Lua Cheia sobre o Pão de Açúcar. “Um palmo bem medido”, memorizou ele.Quando, com muita pena, teve de voltar para Portugal e regressou à aldeia, não se esqueceu do que matutara. Numa noite de Lua bem redonda, estendeu a palma da mão para o céu e mediu:— Um palmo e nem mais um niquito.Ficou-se a pensar e concluiu:— Ai que tu engordaste, magana, enquanto eu andei lá por fora!

António Torradowww.historiadodia.pt

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Ajude o seu bebé a dormir bem

Quando um bebé nasce, os pais passam semanas sem conseguir ter uma boa noite de sono. É um período complicado. Passar noites seguidas sem dormir é algo comum e que afecta todos os casais.

Um bebé recém-nascido dorme, normalmente mais de 16 horas por dia. No entanto, este sono é interrompido de duas em duas horas. Com o desenvolvimento do sistema nervoso, o sono torna-se mais consistente e o bebé consegue dormir mais tempo entre as “refeições”.
Quando o bebé atinge os três meses de idade já deverá dormir cerca de cinco horas seguidas à noite. Aos seis meses, esse período aumenta para as 12 horas.Estes são alguns dos conselhos que lhe podemos dar para que o seu bebé se torne um bom “dorminhoco”:

- Os dias devem ser bastante activos: sempre que o bebé estiver acordado, mantenha-o ocupado a falar, a cantar ou a brincar. Este tipo de estímulos durante o dia poderá ajudá-lo a dormir melhor.

- Controle as sestas: não deverá deixá-lo dormir durante largos períodos de tempo de forma a evitar que ele se mantenha acordado durante a noite.

- Estabeleça uma rotina perto da hora de dormir. Por exemplo, se lhe der banho ou lhe contar uma estória antes de o deitar, ele irá rapidamente associar essas actividades ao sono.- Deite o seu bebé no berço quando este tiver sono mas ainda estiver acordado. Esta técnica ajuda-lo-à a associar a cama com o processo de adormecer. - Dê-lhe tempo para se acalmar: se ele “protestar” quando o deitar, deixe-o encontrar uma posição confortável para adormecer. Se o choro não para dentro de alguns minutos, experimente falar calmamente com o bebé de forma a que ele sinta a sua presença.

- Não se preocupe se ouvir ruídos durante a noite. Alguns bebés são mais barulhentos que outros. A não ser que suspeite que ele possa estar com fome ou a precisar de mudar a fralda, deve esperar alguns minutos para ir ver se está tudo bem. Na maioria dos casos, não há sinal para alarme.

- Durante a noite mantenha a luz numa intensidade reduzida. Fale e mexa-se devagar. Isto vai ensinar o bebé que é hora de dormir e não de brincar.

Alguns bebés dormem toda a noite no primeiro dia que chegam a casa mas nem todos são assim. Deve respeitar as “preferências” do seu filho. Tente perceber o horário e a forma como ele tenta comunicar. Mais tarde ou mais cedo, ele vai acabar por dormir durante toda a noite. Se por volta dos seis meses de idade ele ainda tiver dificuldades, peça alguns conselhos ao pediatra.

Lembre-se que não está em causa se está a fazer um bom trabalho enquanto pai – O objectivo é conseguir que todos lá em casa durmam bem, miúdos e graúdos.

As primeiras palavras do bebé


As crianças apercebem-se desde muito cedo que cada acção sua provoca uma reacção nos adultos. O que se torna uma chamada de atenção quando o bebé o associa à satisfação das suas necessidades.


Existe um entendimento entre a mãe e o filho através de sons e gestos. Mas é quando surge a primeira palavra que os «monólogos» da mãe dão os seus frutos e este é um momento marcante na vida familiar.


A repetição é muito importante na aprendizagem. Primeiro com os sons, depois com sílabas até chegar à palavra. Neste processo a ajuda e apoio dos pais é fundamental, bem como a sua paciência pois levará o seu tempo. Desde a descoberta do choro, soluço e arroto, o bebé inicia aqui um passo na comunicação com a mãe, mas não se pode falar ainda em linguagem.


Como generalização, pode dizer-se que é aos seis meses que os bebés começam a usar sons com consoantes (ba,ta,pa, ma). Neurologicamente ainda pouco desenvolvidos, é cedo para sons mais complexos e articulados.

A partir dos seis e sensivelmente até aos oito meses, o bebé começa a aprender a fazer aqueles sons que até então saíam aleatoriamente. O processo é registado associado ao gesto motor necessário para emitir o som. Nesta fase, o aumento da interacção entre pais e filho é fulcral, uma vez que os jogos comunicacionais vão pemitir ao bebé um grande avanço para a linguagem. A atenção despertada pelo balbuciar do bebé leva-o a imitar os adultos e com o tempo, a empregar uma entoação própria.


A fase linguística do desenvolvimento do bebé inicia-se quando ele emprega um som intencionalmente numa «conversa». Pelos três anos e meio, a criança ja pronuncia todas as palavras e está apta a repetir todos os fonemas. Mais uma vez, a idade de três anos e meio é meramente indicativa. Cada criança leva o seu tempo a desenvolver as capacidades linguisticas. A ansiedade dos pais pode, nesta fase, atrasar a aprendizagem, ao pressionar em demasia o bebé retirando do jogo da comunicação a sua parte lúdica e divertida.


Falar com o bebé, estimulá-lo visualmente e dar-lhe a entender que quer conversar com ele, são coisas fundamentais que, a par de deixá-lo ouvir rádio, incentivar brincadeiras com objectos que produzam sons e ensiná-lo a fazer diferentes sons com a boca, fazem toda a diferença no seu desenvolvimento.

Incentivar a estimulação sensorial e disponibilizar a maior quantidade possível de informação, são condições essenciais à evolução das capacidades linguísticas do bebé. Independentemente do tempo que o bebé demora a aprender a falar, importante é ter atenção à reacção da criança a estímulos externos. Nem sempre a demora na aprendizagem significa que existe algum problema. No entanto, se aos dez meses sensivelmente, o bebé não tiver ainda emitido qualquer som deverá procurar acompanhamento médico, na possibilidade de existir complicações auditivas ou mesmo neurológica.


Os primeiros passos do seu bebé

Existe alguma coisa que possa fazer para encorajar o meu bebé a começar a andar ou está tudo geralmente pré-determinado?

Os primeiros passos do bébé são um importante marco no seu desenvolvimento, cujos pais jamais esquecem. Mas esta altura pode causar ansiedade, sobretudo a pais com familiares e amigos com crianças que começaram a andar cedo. No que diz respeito a andar, os bebés têm o seu ritmo próprio e quando finalmente dão o seu primeiro passo, este não é reflexo da sua inteligência, tamanho, ou das capacidades parentais da mãe ou do pai.

Ruth McCamus, antiga Supervisora Clínica da Família do Hospital de Toronto para Crianças Doentes, assegura que no que concerne a andar, cada bebé é único. “Em média, uma criança começa a andar entre os 12 e os 14 meses, mas é provável existirem diferenças significativas. Algumas crianças começam a andar muito mais cedo e outras chegam a andar apenas aos 21 meses”.

Enquanto que não podemos apressar um bebé a dar os primeiros passos, existem coisas que podem retardá-lo. Segundo Ruth McCamus, “quando um bebé gatinha muito bem, ou se movimenta de forma eficiente no andarilho, ele pode gostar dessa forma de mobilidade e ter dificuldade em largá-la”. McCamus acrescenta que existe pouco que os pais podem fazer para que os seus filhos comecem a andar excepto “proporcionar um ambiente encorajador repleto de reforços a cada progresso. E o próprio bebé ficará deliciado com os seus feitos”.

O pediatra Dr. Marvin Ghans, concorda que para além do encorajamento, não existe nada que os pais possam fazer para acelerar o processo de caminhar dos bebés. “As crianças dão o primeiro passo quando se sentem prontas”, e acrescenta Ghans que “é bom levá-los pela mão e caminhar com eles e ajudá-los a suportarem-se, mas eles não precisam de lições”. Ele sublinha ainda que se deve evitar o uso de andarilhos. “Os andarilhos são causa de muitas lesões sérias em crianças, sobretudo envolvendo escadas”.

A maioria das crianças já caminham quando chegam aos 18 meses, no entanto se o seu bebé ainda não o faz com esta idade, é aconselhável consultar o seu pediatra.
In “www.TheParentReport.com”