quarta-feira, outubro 18, 2006

definição de alguns conceitos

INTERVENÇÃO PRECOCE – Entende-se por IP um conjunto de intervenções,
dirigidas à população infantil dos 0-6 anos, à família e ao ambiente, tendo como
objectivo dar resposta o mais precocemente às necessidades transitórias ou
permanentes que apresentam as crianças com problemas de desenvolvimento ou em
situação de risco. Estas intervenções devem considerar a globalidade da criança
sendo planificadas por uma equipa de profissionais de orientação interdisciplinar ou
transdisciplinar (Libro Blanco de la Atención Temprana cit. por Boavida, 2003)

NECESSIDADES ESPECIAIS – Termo que designa as crianças que podem ser
consideradas como tendo necessidades educativas especiais, sobredotação ou em
risco de desenvolver problemas (Correia e Martins, 2002).

NECESSIDADES DA FAMÍLIA – Aspirações, objectivos, projectos pessoais que agemcomo um conjunto de forças que afectam o comportamento dos diferentes membros da família e podem ser geradas por acontecimentos e circunstâncias quer de dentro
quer de fora da família (Dunst et al., 1994).

FORÇAS DA FAMÍLIA – Conhecimentos, capacidades e aptidões da unidade familiar e
de cada um dos seus membros usados para identificar as necessidades e para a
obtenção dos recursos e apoios necessários que respondam às necessidades da
família (Dunst et al., 1994).

PRIORIDADES DA FAMÍLIA – Escolhas e desejos da família de como quer que a IP
seja incluída na sua vida (McGonigel et al., 1991).

RECURSOS DA FAMÍLIA – Forças, habilidades e apoios formais e informais que
podem ser mobilizados para satisfazer as necessidades, preocupações ou resultados
da família (McGonigel et al., 1991).

REDE DE APOIO SOCIAL – Pessoas ou instituições com quem a família e os seus
membros têm contacto, quer directa, quer indirectamente, representando uma fonte
primária de apoio para as famílias e para os membros individuais (Dunst e Trivette
1990, cit. por Chowdhury et al, 1996).
CAPACITAR – Criar oportunidades para que todos os membros da família possam
demonstrar e adquirir competências que consolidem o funcionamento familiar (Dunst
et al., 1988).

CORRESPONSABILIZAR
– significa criar oportunidades para que todos os membros
da família possam demonstrar e adquirir competências que consolidem o
funcionamento familiar (Dunst et al., 1988).

PLANO INDIVIDUALIZADO DE APOIO À FAMÍLIA (P.I.A.F.) – Constitui a
interacção, colaboração e parceria entre pais e profissionais, focando-se e centrandosena família. Resulta num documento escrito descrevendo serviços a prestar, bemcomo a sua coordenação. Este plano faz uma listagem de objectivos individualizados
para as famílias e seus filhos/as (< 3 anos), cuja concretização depende do contributo e múltiplas instituições. O P.I.A.F. reconhece que as famílias são fundamentais para o sucesso da IP com os seus filhos/as” (Federal Register, 1989).

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CENTRADOS NA FAMÍLIA – corresponde a um
conjunto de diferentes disciplinas e instituições que reconhecem a importância
fulcral da família na vida dos indivíduos, orienta-se por um conjunto de escolhas
devidamente informadas feitas pela família e foca-se nos seus pontos fortes e nas
suas capacidades (Allen & Petr, 1996).

os elementos chave do apoio centrado na família

Os elementos chave do apoio centrado na família são de acordo com Edelman, Elsayed & McGonigel, 1992:


• Reconhecer que a família é uma constante;

• Facilitar a colaboração pais / técnicos em todos os níveis do apoio;

• Honrar a diversidade das famílias;

• Reconhecer as forças e a individualidade da família;

• Respeitar métodos diferentes de lidar com as situações;

• Partilhar com os pais, numa base contínua e suportiva, a informação completa e imparcial;

• Encorajar e facilitar o suporte família a família;

• Compreender e incorporar as necessidades do desenvolvimento das crianças;

• Implementar políticas e programas abrangentes;

• Criar sistemas de prestação de serviços acessíveis.


“A intervenção precoce por definição é intrusiva – fornece aquilo que a família pode ou não querer.

segunda-feira, outubro 16, 2006

saco de brinquedos...

Para certos profissionais, deixar o “ saco dos brinquedos” no carro será difícil. Mas há tanto para fazer com as famílias. Saber como está a família, como correram as coisas, as suas preocupações, as suas dúvidas, prioridades, expectativas, análise das rotinas diárias, e das dificuldades e oportunidades que elas apontam…

Robin McWilliam

Os Cinco Elementos Chave da Prestação de Serviço em Ambientes Naturais

De acordo com Robin McWilliam os cinco elementos são:


Compreensão da ecologia da família,
Avaliação baseada nas rotinas,
Existência de responsável de caso,
Visitas domiciliárias baseadas no apoio,
Colaboração / consultadoria com a creche / infantário.

Os quatro princípios de modelo são:
Saber quem tem influência em quê,
Saber como as crianças pequenas aprendem,
Ter a noção de que toda a intervenção ocorre entre visitas,
E ter consciência de que a criança necessita da máxima intervenção e não de máximos serviços.


De acordo com o Prof. Robin McWilliam, Intervenção é o que a criança recebe e Serviços que os pais ou prestadores de cuidados recebem.

A investigação deixa claro o seguinte:

-Os profissionais têm pouca influência na evolução da criança e muita na melhoria da competência e confiança dos pais/prestadores de cuidados. Estes, por sua vez, têm muita influência na promoção do desenvolvimento da criança.

-Na criança pequena, a aprendizagem faz-se por repetidas interacções com o ambiente, dispersas ao longo do tempo e não por repetições “maciças” em pouco tempo. Estes dados da investigação contrariam práticas frequentemente utilizadas por terapeutas e profissionais do ensino especial.

-A visita domiciliária actua essencialmente na família. Esta por sua vez melhora as suas interacções com a criança e aumenta as oportunidades de aprendizagem. Estes são os factos que levam à aprendizagem da criança e ocorrem entre visitas dos técnicos.

Relativamente à Planificação Funcional da Intervenção, há que ter em conta o seguinte:

É necessária uma estrutura que permita à família ter um papel significativo na planificação,
É necessário enfatizar que a intervenção é centrada na família,
É necessário ter uma lista de objectivos funcionais,
É necessário dar um “pontapé-de-saída” positivo nas relações,
As famílias devem relatar as suas rotinas diárias em primeiro lugar. Só depois o devem fazer os profissionais,
Os profissionais questionam e fornecem informação durante a discussão das rotinas
O responsável de caso deve fornecer visitas domiciliárias semanais para ajudar a família a implementar intervenções recomendadas por profissionais de diferentes disciplinas.
Os outros elementos da equipa devem fazer visitas domiciliárias com o responsável de caso, em casos pontuais e de acordo com as necessidades da famílias.
No apoio prestado em sala de creche/jardim de infância, os serviços terapêuticos ou educativos devem ser individualizados e inserir-se nas rotinas e nas actividades de grupo.
Os serviços “um-para-um”, a retirada individual da criança da sala ou em pequenos grupos não têm maior eficácia do que os serviços integrados.
Nos serviços integrados na sala de Jardim de Infância não esquecer de:
Comunicar com a Educadora da Sala sobre expectativas
Estabelecer regras
Ser humilde
Independentemente do modelo, comunicar
Usar avaliação baseada nas rotinas como forma de estabelecer objectivos
Usar “consultadoria colaborativa” e não proceder como “Expert”.