segunda-feira, dezembro 11, 2006



Os vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e filhas da nostalgia da vida por si mesma. Eles vêm por meio de vós, mas não de vós, e, apesar de estarem convosco, não vos pertencem. Podeis dar-lhes o vosso amor, mas não as vossas idéias, pois eles possuem as suas próprias idéias. Podeis abrigar os seus corpos, mas não as suas almas, pois as suas almas habitam nas moradas do amanhã que nem nos vossos sonhos podeis visitar. Podeis esforçar-vos para vos tornardes como eles, mas não procureis torná-los como vós. Pois a vida não vive no passado nem no ontem se detém. Vós sois os arcos de onde, como flechas vivas, os vossos filhos serão lançados. O arqueiro vê a presa no percurso do infinito e dispara com toda a força para que as suas flechas partam ligeiras e cheguem longe. Que a vossa inflexão na mão do arqueiro se destine à alegria; pois tal como ele ama a flecha que voa, também ama o arco que é estável.


“O Profeta” de Kalil Gibran