sexta-feira, março 16, 2007

quinta-feira, março 15, 2007

Carta de um filho a todos os pais do mundo

Não me dês tudo o que te peço. Às vezes peço apenas para saber qual é o máximo que posso obter.
Não me grites. Respeito-te menos quando fazes isso; e ensinas-me a gritar também. E eu não quero fazê-lo.
Não me dês sempre ordens. Se em vez de dares ordens, às vezes me pedisses as coisas com um sorriso, eu faria tudo muito mais depressa e com gosto.
Cumpre as promessas, boas ou más. Se me prometeres um prémio, dá-o; mas faz o mesmo se for um castigo.
Não me compares com ninguém, especialmente com o meu irmão ou com a minha irmã. Se me fizeres sentir melhor que os outros, alguém irá sofrer; e se me fizeres sentir pior que os outros, serei eu a sofrer.
Não mudes tão frequentemente de opinião acerca daquilo que devo fazer. Decide, e depois mantém essa decisão.
Deixa-me desembaraçar sozinho. Se fizeres tudo por mim, eu nunca poderei aprender.
Não digas mentiras à minha frente, nem me peças que as diga por ti, mesmo que seja para te livrar de um sarilho. Fazes com que me sinta mal e perca a fé naquilo que me dizes.
Quando eu fizer alguma coisa mal, não me exijas que te diga a razão por que o fiz. Às vezes nem eu mesmo sei.
Quando estiveres errado em algo, admite-o e será melhor a opinião que eu terei de ti. Assim ensinar-me-ás a admitir os meus erros também.
Trata-me com a mesma amabilidade e cordialidade com que tratas os teus amigos. Lá por sermos família não quer dizer que não possamos ser também amigos.
Não me digas para fazer uma coisa que tu não fazes. Eu aprenderei aquilo que tu fizeres, ainda que não me digas para fazer o mesmo; mas nunca farei o que tu me aconselhas e não fazes.
Quando te contar um problema meu, não me digas «não tenho tempo para tolices», ou «isso não tem importância». Tenta compreender-me e ajudar-me.
E gosta de mim. E diz-me que gostas de mim. Agrada-me ouvir-te dizer isso, mesmo que tu não aches necessário dizê-lo.
(Marita Abraham)

Quando é...? Quando?

As crianças pequenas não têm ainda, assimilada, a noção de tempo. E é necessário que você ajude a compreender o que é o ontem, o hoje e o amanhã. No entanto, esta aprendizagem faz parte de um processo prolongado, intrínseco ao seu próprio desenvolvimento cognitivo.

Nos primeiros anos

Durante os primeiros anos de vida a criança vive para o imediato. Se quer alguma coisa... quer para aquele momento. Não sabe esperar e irrita-se se a sua vontade não é satisfeita.
No entanto, com o próprio desenvolvimento, irá ganhando algum timing, que lhe permitirá aceitar a espera, mais ou menos bem, consoante a necessidade que tem em determinado momento. Exemplo disso é o período em que tem fome: se a comida demora um pouco mais a chegar, certamente, ficará irritadiça. Isso demonstra que nem sempre tem capacidade para aceitar a espera.

Aprender a esperar

As crianças já conseguem nesta idade diferenciar alguns períodos de tempo. Já sabem que se estão no infantário e mais tarde vão estar com os seus papás em casa. Se agora é noite, são horas para ir dormir e quando chegar o dia, poderão brincar, ir à escola, etc.
Entretanto, e para que a sua aprendizagem seja mais efectiva, convém que os pais consigam estabelecer e manter rotinas. Depois do banho, o jantar, a história contada pela mamã e finalmente... o soninho descansado.

Uma nova aprendizagem

Aos três anos, uma criança já consegue entender algumas datas. Exemplo disso é o seu aniversário, o Natal, o Carnaval... Entende que são dias especiais e que só acontecem num dia especial que não pode mudar segundo a sua vontade.
Sabem que vão fazer anos, que vem aí o Carnaval ou que vão estar de férias. E isso tem um tempo certo para acontecer. Agora, já não é o imediato! Querem saber coisas acerca do futuro (Quando é o meu aniversário? Quando é o Carnaval? Quando será o Natal?).
Surgem também perguntas sobre o passado, acerca da vida antes de ele se lembrar. São poucos os pais que não foram confrontados com a pergunta: Porque é que eu não fui ao teu casamento?

Respostas à sua medida

A melhor forma de os ajudar, consiste em ser paciente com as perguntas “metralhadas”, a cada cinco minutos. Eles querem saber mais, e mais, e mais... Para que o seu filho entenda as suas repostas, tenha em conta algumas regras:
- Responda-lhe sempre sem expressões que se tornem ambíguas para a sua capacidade
- Nunca lhe dê respostas vagas, que possam suscitar novas perguntas, mais complexas
- Exemplifique as respostas com exemplos e questões do dia-a-dia.
Muitos são os pais que reclamam porque os seus filhos repetem as mesmas perguntas obsessivamente. Outros, queixam-se porque os seus filhos nada questionam. Em qualquer dos casos, a utilização de algumas técnicas, permitirá que o seu filho atinja o meio-termo.
- Embora seja demasiado cedo para o seu filho usar relógio de pulso, pode oferecer-lhe um de brincar. Assim, vai-se habituando a ver como funcionam os ponteiros e vai até aprendendo os números.
- Utilize o relógio de parede para lhe mostra o passar das horas. Explique-lhe que o papá chegará quando os ponteiros (grande e pequeno) estiverem alinhados a uma determinada hora.
- A utilização de calendários de parede, permite-lhe mostrar o tempo que falta. Se for um calendário daqueles com quadrados que se podem riscar, mais fácil será para ele, esperar pelo “grande dia”
- Festeje outros factos relevantes como “a chegada da Primavera”, uma “ida ao cinema”, os anos do pai e dos avós ...

A noção de tempo da criança é determinada pelos pais. Aqueles que vivem em stress diário, acabam por transmitir aos filhos esse mesmo stress. Como tal, quando estiver com o seu filho, esqueça esse stress e viva plenamente cada nova habilidade, cada gracinha que ele faz, cada sorriso que ele lhe oferece. Isso fá-lo-á feliz e a si também.

(Fonte Sapo Bebé)

quarta-feira, março 14, 2007

Acidentes domésticos

do Site Júnior

Por mais atento que se esteja às brincadeiras e traquinices das crianças, é impossível estar em todos os lugares ao mesmo tempo e dois olhos nunca são suficientes. Quando menos se espera o acidente pode acontecer. (Aliás, se fosse possível prevê-los deixariam de se chamar acidentes!)
Claro que não se pretende deixar os pais alarmados: apesar de não se poderem prever, os acidentes podem-se prevenir.
Sabia que as quedas registam o maior índice de acidentes domésticos nas crianças? Ou seja, 54% no total. Em segundo lugar estão os cortes, em terceiro as queimaduras e em quarto as intoxicações.
A prevenção exige cuidados especiais. Os pediatras concordam que "há acidentes impossíveis de prevenir, mas quando uma criança engole um botão ou bebe um detergente já não se trata de uma fatalidade, mas de falta de cuidado".
É preciso que os pais tenham consciência dos perigos que existem dentro das casas: "os arquitectos não projectam os edifícios a pensar em pessoas com apenas 90 cm!".
A cozinha é conhecida como "a zona de perigo" para os pediatras. Esta é a área da casa que tem que estar mais bem protegida contra a curiosidade infantil. Mas outras áreas também precisam de cuidados especiais.
Assim, aqui vão alguns conselhos para ajudar a diminuir as tragédias

Crianças dos 2 aos 6 anos

EM CASA - GERAL- instale grades ou protecções nas janelas a partir do primeiro andar;- instale "portões" nas escadas; - use vidros de segurança nas portas e coloque autocolantes coloridos em portas grandes de vidro;- os tapetes sobre ladrilhos ou chão encerado são extremamente escorregadios, para evitar quedas, cole o tapete ou coloque por baixo algum tipo de material anti-deslizante;- tape as fichas de electricidade com utensílios adequados, para que a criança não apanhe choques.

NA CASA DE BANHO- na banheira, a criança deve estar sempre sobre um tapete de borracha e ter suportes ao seu alcance para não perder o equilíbrio.

NA COZINHA- guarde facas, tesouras e armas ao alcance das crianças; - cuidado com as panelas (ao lume, sempre com o cabo para dentro), o fogão e o ferro de engomar; - quando a criança está na cozinha, mantê-la sempre vigiada; - ensine-lhe os perigos do fogo.

MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE LIMPEZA
- só tenha em casa os remédios e produtos tóxicos absolutamente necessários;- mantenha remédios e produtos perigosos fora de visão e do alcance das crianças; - deite fora os restos de remédios e não os tome na frente das crianças (já que tendem a imitar os adultos); - não transfira produtos tóxicos para garrafas de sumos ou líquidos inócuos.

NO ESPAÇO EXTERIOR- nunca deixe a criança sozinha perto de piscinas e lagos.

ANIMAIS- ensine a criança a não acariciar animais estranhos nem a provocá-los;- ensine-a a não acordar um animal que está a dormir ou a aproximar-se deles quando estão a comer; - vacine os animais de casa.

Crianças dos 6 aos 12

A grande maioria das indicações anteriores mantêm-se nesta faixa etária. O bom senso dos pais define o ideal para o seu filho. No entanto, aqui vão outras indicações igualmente importantes para a segurança das crianças:
- usar bicicletas de tamanho apropriado e sempre com equipamento de segurança;- não transportar passageiros na bicicleta;- evitar que a criança ande atrasada, para que não se distraia dos perigos, com a pressa;- ensine a criança a nadar e a nunca entrar em águas perigosas;- ensine a criança a não se armar em valente, em qualquer ocasião que ponha em perigo a sua vida;- novamente, mantenha a educação relativamente aos cães e ao fogo;- no caso da roupa a pegar fogo, ensine-a a deitar-se, a rolar no chão (nunca correr) e a envolver a roupa em chamas com um cobertor;- esconda todas as armas de fogo longe do alcance das crianças e nunca as guarde carregadas!

Noutros casos, quando é impossível conseguir prever o que poderá fazer uma criança pronta a explorar um "novo mundo", o ideal é alertá-lo para os riscos. Se, por um lado, lhes estamos a dar "ideias loucas", também estamos a desenvolver-lhes a noção de perigo.
Para que a criança não ponha imediatamente em prática aquilo que a proibiu, é dever do adulto dar exemplos e explicar à criança, com toda a paciência, o porquê do perigo.
Se os pais apenas proibirem o filho de um acto qualquer, sem lhe dar uma explicação, a probabilidade da criança o pôr em prática é de 100% !
Explique sempre quando e porquê as suas acções lhe são permitidas a si e à criança não. Refira razões de capacidade, idade, segurança, adequação ou responsabilidade.