sexta-feira, agosto 25, 2006

Direitos da familia



• O direito de sentir emoções intensas.
• O direito de procurar outra opinião.
• O direito de continuar a tentar.
• O direito de desistir.
• O direito à privacidade.
• O direito de ser uma família.
• O direito de não ser entusiasta.
• O direito de se sentir cansada da criança.
• O direito de ter tempo livre.
• O direito a ser quem melhor conhece a criança.
• O direito de estabelecer os limites.
• O direito à dignidade.

Raver & Kilgo, 1991

“A intervenção precoce é certamente algo que a família não esperava na sua vida.” (Able-Boone, 1996)

História e Filosofia do PIPREM



O nosso projecto foi implementado em 2004, sendo inicialmente acompanhadas 43 crianças no concelho de Reguengos de Monsaraz e 19 crianças no concelho de Mourão, o que perfez um total de 62 crianças.

No ano de 2005 foram acompanhadas 65 crianças/família, sendo 44 crianças do concelho de Reguengos de Monsaraz e 21 do concelho de Mourão.

Actualmente, a Intervenção Precoce (I. P.) acompanha 97 crianças, sendo 67 do concelho de Reguengos de Monsaraz e 30 do concelho de Mourão.

Como se pode verificar ao longo destes três anos o número de crianças/ famílias acompanhadas pela I.P. tem vindo a aumentar, o que relacionamos com o facto da comunidade estar mais informada/sensibilizada sobre o serviço que prestamos.

O Projecto de Intervenção de Reguengos de Monsaraz e Núcleo de Mourão (PIPREM) apresenta os seguintes objectivos:

1. Criar condições facilitadoras do desenvolvimento global da criança, minimizando problemas das deficiências ou risco de atraso de desenvolvimento e prevenindo eventuais sequelas.

2. Optimizar as condições da interacções criança/família, mediante a informação sobre a problemática em causa, o reforço das respectivas capacidades e competências, designadamente na identificação e utilização dos seus recursos e da comunidade, e ainda de ajudar a família a organizar a sua dinâmica.

3. Envolver a comunidade no processo de intervenção, de forma contínua e articulada, optimizando os recursos existentes e as redes formais e informais de inter-ajuda.

A I.P. utiliza como principal estratégia interventiva uma abordagem centrada na família, que considera toda a família como unidade de intervenção. Este tipo de abordagem procura conhecer o sistema familiar, necessidades e características específicas de cada família, analisar as relações entre os seus elementos, procurando conhecer a sua rede social de apoio e promover o bem-estar de cada membro da família.

O objectivo crucial da abordagem centrada na família é melhorar o bem-estar de toda a família, desde minimizar o stress, manter ou melhorar os relacionamentos entre os vários membros da família e permitir que esta desenvolva tanto quanto possível um modo de vida “funcional”, reconhecendo os seus pontos fortes e dando resposta às suas necessidades e prioridades.

Segundo, Allen e Petr (1996):
a prestação de serviços centrados na família, através das diferentes disciplinas e instituições reconhece a importância fulcral da família nas vidas dos indivíduos. Orienta-se por um conjunto de escolhas devidamente informadas feitas pela família e foca-se nos pontos fortes e capacidades das famílias


Como podemos verificar, nesta definição estão presentes os princípios básicos da intervenção centrada na família, mais especificamente, a importância de ver a família como foco da prestação de serviços, o reconhecimento das forças da criança e da família e a priorização dos objectivos identificados pela família, respeitando as suas escolhas.

A experiência sugere que uma relação de colaboração entre pais e técnicos é um ingrediente essencial para as práticas verdadeiramente centradas na família, mas o processo de levar a cabo esse tipo de relação não é uma tarefa fácil. Num modelo centrado na família, os profissionais têm de assumir papéis e responsabilidades que tradicionalmente não faziam parte da sua profissão e de adquirir novas capacidades que lhes permitam fazer tal empreendimento. Os técnicos desempenham um importante papel na criação e manutenção das mudanças operadas na família, assumindo uma responsabilidade pessoal e uma oportunidade única para fazer uma diferença positiva em cada família com que trabalham. Reconhecer o papel dos pais como decisores no processo de intervenção, numa forma responsável às suas prioridades e necessidades, constitui a base das relações individualizadas entre pais e profissionais.

Ambas as partes têm contributos únicos para trazer para a verdadeira colaboração, o que pode ser benéfico não só para a criança em IP, como também para as próprias famílias e profissionais.

Os serviços de IP devem ser providenciados no contexto de relações suportivas entre o profissional e a família (Trout e Foley, 1989). O processo de desenvolvimento de relações positivas entre técnicos e famílias pode ser simultaneamente complexo e compensador, assumindo tal processo um papel central na IP. Desta forma, é reconhecido actualmente que o sucesso da intervenção está intimamente relacionado com a qualidade da relação família - técnico e que uma relação de colaboração pode melhorar o sentimento da família se sentir compreendida e apoiada. Isto, por sua vez, pode levar a mudanças nas interacções pais-criança e, consequentemente, no desenvolvimento da criança (Kalmansone Seligman, 1995). Escutar com atenção os pais, a forma como comunicam, irá facilitar a sua responsabilidade e comunicações com os seus filhos.

É neste contexto teórico, elaborado sobretudo a partir do Modelo Ecológico de Desenvolvimento Humano de Broffenbrenner e da Teoria Transaccional de Sameroff, que consideramos que o enfoque da Intervenção Precoce deverá ser apoiar as interacções entre os prestadores de cuidados e as crianças, bem como as interacções entre a criança e os seus contextos, de forma a promover da melhor forma o desenvolvimento da criança com deficiência ou cujo desenvolvimento se encontra em risco. Por outro lado, a investigação demonstra que a criança evidencia maiores progressos no seu desenvolvimento se a sua família estiver envolvida no seu plano de intervenção.

Assim, é evidente que num modelo de intervenção precoce centrado na família, os profissionais devem ter em conta todos os aspectos específicos da estrutura da família, dos padrões de interacção que se estabelecem entre os seus elementos e das funções que assumem, assim como o momento do ciclo de vida em que a família se encontra, para poder fortalecê-la e ajudá-la a enfrentar e resolver as suas dificuldades.

É esta a filosofia que guia a nossa prática diária.

O Trabalho em Intervenção Precoce



O que é?
A Intervenção Precoce (IP) é um serviço de apoio à criança e à família, realizado através de acções que visam a prevenção e a habilitação.

A quem se destina?
Crianças dos 0 aos 6 anos que apresentem deficiência ou risco de atraso grave do desenvolvimento, provenientes dos concelhos de Reguengos de Monsaraz e Mourão.

O que permite?
- Promover condições que facilitem o desenvolvimento da criança;
- Potenciar as relações familiares e a sua dinâmica;
- Reforçar a capacidade e a competência dos pais e da família;
- Identificar e utilizar de forma coordenada os recursos da comunidade.

______________________________
Da sinalização à intervenção
______________________________

Sinalização

A criança pode ser sinalizada por qualquer entidade (saúde, educação, segurança social,…) ou pessoa singular (familiar, amigo, vizinho).

A criança pode apresentar perturbações ao nível de uma ou mais áreas:
- Comportamento/Interacção
- Comunicação/Linguagem
- Motora
- Familiar
- Cognitiva
- Emocional
- Autonomia
…entre outras…

E inicia-se o nosso trabalho…

As sinalizações são apresentadas em reunião de Equipa Directa, sendo aqui decidido quais os técnicos que efectuam o primeiro contacto. O primeiro contacto consiste numa visita domiciliária. Na visita domiciliária são avaliadas as necessidades da família e as dificuldades apresentadas pela criança.

Consoante as necessidades e as dificuldades apresentadas é planeada a intervenção:

- São definidos os objectivos da Intervenção;
- São nomeados os técnicos necessários para intervenção;
- É nomeado o Responsável de Caso.

O Responsável de Caso garante a articulação dos apoios a prestar e é responsável pela implementação do plano individual de intervenção.

São suas funções:
• Actuar no domicílio e no contexto em que a criança está inserida, nomeadamente ama creches, jardins-de-infância ou outro local indicado pela família;
• Realizar os contactos com a família;
• Realizar reuniões com outros técnicos;
• Organizar e actualizar os processos;
• Elaborar o plano de intervenção global;
• Elaborar o relatório final;
• Partilhar de forma sistémica, os conhecimentos dos diferentes elementos da equipa.

_______________________________________________________
O nosso desejo é que quando a criança entre no 1º ciclo, tanto ela como a família, esteja o mais habilitada possível, e que o futuro ofereça horizontes risonhos.
_______________________________________________________

Quem somos?

•Prof. Fernando Quintas, Coordenador
•Helena Augusto, Técnica de serviço social
•Carla Ferro, Psicóloga
•Joana Carrapatoso, Fisioterapeuta
•Vânia Pereira Branco, Psicóloga
•Marília Lourenço, Enfermeira
•Ana Balixa, Educadora
•Rosa Ramalho, Educadora
•Carolina Eufigénio, Educadora
•Fernanda Ramalho , Educadora


Onde moramos?

Morada:
Av. Dr. António José de Almeida, 14, Ap. 61 7200-372 Reguengos de Monsaraz

Telefone:
266 509 190
969 176 090