segunda-feira, junho 01, 2009

Aconselhamento Parental

Como educar uma criança?

Todos os pais passam pela experiência de, em determinadas alturas, não saberem qual a melhor forma de agir com os filhos e com os múltiplos desafios e exigências que isso implica. Mesmo após um primeiro filho, cada novo elemento na família traz mudanças fundamentais ao seio familiar que podem ser vividas com maior ou menor dificuldade. Independentemente dos obstáculos, a verdade é que os filhos não trazem na altura do nascimento um "manual de instruções" que nos permita definir previamente a melhor forma de lidarmos com eles. É uma constante adaptação que tem de ser encarada como uma contínua aprendizagem de todos os intervenientes da família. Cada filho acaba por formar a sua própria individualidade, sendo que isso transcende largamente comportamentos à semelhança dos seus pais e que vão ao encontro das suas expectativas. Uma maior flexibilidade a este respeito permite que se encontre um equilíbrio entre as suas próprias "teorias educacionais" e os objectivos, capacidades e sentimentos da criança.

É importante que os pais tenham noção das diferentes transformações desenvolvimentais por que o filho está a passar, nomeadamente das suas competências e limitações, assim como das tarefas apropriadas a cada fase, para poderem educar o seu filho com tranquilidade mas também com persistência. Esta tarefa constante e diária exige uma combinação de factores pessoais e relacionais que têm de ser suportados por uma estabilidade emocional razoável tanto da figura materna como paterna.

Por vezes, os pais avaliam-se como pouco capazes de transmitir as suas vontades e regras, reforçando a ideia de que os filhos já nasceram com tendência a ser teimosos, irrequietos ou mal comportados e que não há nada a fazer em relação a isso. Outros, relativizam demasiado certos comportamentos, tendo a ideia de que com a idade tudo irá passar e que o problema se resolverá por si só. Também há aqueles que sentem a educação do filho com ansiedade e que pelo contrário valorizam e analisam excessivamente os comportamentos deste e os seus possíveis significados. Educar uma criança exige muita disponibilidade, energia e tolerância às frustrações. No entanto, não nos podemos esquecer que os próprios pais, durante esse longo período de educação, estão igualmente a passar por transformações e também têm de responder a desafios pessoais, profissionais, financeiros, de relação com o cônjuge, entre outros.

A gestão de todos estes processos pode levar à necessidade de procura de aconselhamento de profissionais habilitados a orientar e esclarecer os pais, quanto a possíveis dúvidas ou mesmo dificuldades quanto a diversas questões que surjam na dinâmica familiar e nos comportamentos dos filhos. Este aconselhamento pode ser feito somente com os pais ou, dependendo da problemática, também com sessões individuais com os filhos. Pode não ser necessária uma intervenção terapêutica com os filhos, mas a intervenção com os pais é sempre indispensável, pois são estes que vão ter um papel fundamental na alteração ou adaptação de rotinas e estratégias na educação parental.

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