sexta-feira, fevereiro 22, 2008

A nossa casa























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A Sala de Apoio à Família




















A sala de Apoio à Criança

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Sonhos de criança

Os sonhos são um dos factores mais angustiantes e mais significativos na vida de uma criança. No entanto, são poucas as famílias (e adultos no geral) que falam com alguma regularidade acerca dos sonhos dos seus filhos e com os seus filhos. Se o fizessem, talvez ficassem admirados, assustados perante os significados para a ocorrência de certos sonhos em determinados momentos.

Os sonhos podem ser tão angustiantes que existem inclusive crianças que têm medo que o dia acabe, medo de dormir. Para estas crianças não há escapatória no sono, este medo vai manter-se até que o factor de ansiedade que sentem na vida real seja resolvido. Os sonhos de uma criança são como um barómetro do seu bem-estar emocional, comunicam o seu nível de stress e dão uma perspectiva do seu turbilhão inconsciente. As causas mais comuns dos sonhos em crianças passam pelo mau ambiente familiar, com a separação/divórcio dos pais, abuso sexual, doenças, sentimentos de isolamento, falta de apoio ou protecção, medo da mudança, medo dos pais, medo dos professores, dos exames/testes, morte, situações traumáticas, stress e ansiedade no geral.Quando recorrentes, transformam-se rapidamente em pesadelos e aumentam a ansiedade e o stress na vida da criança. A maior parte das crianças com quem trabalho, não falam acerca dos seus sonhos/pesadelos e quando finalmente alguém lhes pergunta porque julgam que tiveram aquele sonho, retiram com clareza surpreendente ilações (muito superiores às dos adultos que negam os seus problemas ou são cépticos quanto ao seu significado).

Os sonhos podem ser variados, de acordo com a imaginação de cada criança mas, normalmente reflectem o turbilhão emocional da sua vida em vigília. Podem sonhar com a morte dos pais por terem medo de ficar sozinhas, ou ter sonhos violentos com um dos pais em que a criança se vê impotente para ajudá-lo, decorrentes talvez de um divórcio. Especialmente em casos de divórcio dos pais, ocorrem frequentemente sonhos muito violentos em que a criança se vê a matar animais ou a assistir à morte de um dos pais. É comum também a criança sonhar que é perseguida ou apanhada numa armadilha, temas estes tipicamente associados ao sentimento de vulnerabilidade. Às vezes os sonhos reflectem o que a criança pensa que lhe fizeram, isto é, revelam a cólera disfarçada por causa da situação em que se encontra. Estes sonhos acabam por representar uma maneira segura da criança descarregar sentimentos de destruição, vingança ou rejeição, sem ser castigada ou sem arriscar mais perdas ou, de fazer algo que lhe foi categoricamente proibido como simplesmente chorar…Normalmente os sonhos perturbadores começam com pequenas situações assustadoras, como a criança a ser perseguida por uma minhoca gigante ou ficar sozinha o aumento de pressão em casa, por exemplo a desintegração do casamento dos pais. Os seus sonhos revelam muitas vezes a consciência intuitiva que muitas crianças possuem sobre acontecimentos que se dão no seio da família e que os pais teimam em não revelar pensando estar a proteger a criança (quando possivelmente a estarão a traumatizar).Os sonhos mais perturbadores e angustiantes são normalmente aqueles que envolvem a morte. Explique aos seus filhos que os sonhos com a morte indicam em geral que algum aspecto da vida acabou, não significando realmente que alguém irá morrer literalmente. Em casos de divórcio é comum a criança sonhar com os pais mortos, é necessário fazer compreender aos filhos que os pais não vão morrer mas sim terminar a sua vida em conjunto.Se têm em casa uma criança angustiada com os sonhos, sugerem-se de seguida algumas estratégias simples que como pais/educadores podem utilizar:Tente criar um ambiente carinhoso, de aceitação e de não-julgamento em que a criança se sinta segura para falar. Os sonhos não são bons/maus ou certos/errados, por isso nunca diga a uma criança que ela é má por causa dos seus sonhos. Não se zangue. Não os trivialize pois, são um importante meio de comunicação. Ouça o que a criança diz e faça abertamente perguntas que lhe permitam contar a história à sua maneira. Encoraje-a a explorar o sonho. Por exemplo: “Como é que te sentias no sonho?”, “Encontras-te alguém que te ajudasse?” ou “Qual foi a melhor/pior parte do teu sonho?” Ao ouvir, está a mostrar à criança que dá valor ao que ela tem a dizer, aumentando a auto-estima da criança e a confiança em si.Deve deixar a criança expressar os seus sentimentos sobre o sonho e a sua história no seu próprio ritmo. Não force a criança a falar. Lembre-se que não é Psicólogo/ Terapeuta, mas sim um adulto que está a dar apoio num ambiente não-clínico. É importante também que respeite a confidencialidade que a criança deposita em si. A criança precisa de se sentir respeitada. Se ela decidir falar consigo sobre os seus sonhos, óptimo, mas não abuse dessa confiança, ao falar a outras pessoas desse assunto sem primeiro ter o seu acordo.Ajude a criança a estabelecer ligações com acontecimentos da vida real. Se tiver um sonho que a perturbe, ajude-a carinhosamente a descobrir com o que se relaciona. Ao trabalharem os sonhos, as crianças podem tornar-se muito mais conscientes de todas as pressões psicológicas a que estão sujeitas. É necessário ter ainda em atenção que algumas crianças acreditam que, se falarem nos sonhos, eles acabam por se realizar, outras acreditam que, se caírem em sonho e se atingirem o fundo da sua queda, nunca mais acordam. Tanto adultos como crianças têm alguns mitos. Ajude as crianças a compreenderem o que são os sonhos e a razão por que sonhamos. Terão assim muito menos medo.Se verificar que não consegue construir uma ponte entre a realidade e os sonhos dos seus filhos, consulte um especialista, não corra o risco dessa angústia extravasar para a vida real pois, é nessa altura que começam a surgir as reacções agressivas para os pais, a cólera para os professores, o desinteresse por tudo, o isolamento e a rejeição dos amigos. Muitas vezes… a depressão. Só quando o rendimento escolar e as notas começam a ser prejudicadas é que os pais normalmente começam a ficar preocupados. Estejam atentos, Não caiam nesse erro.

Fonte: http://www.medicosdeportugal.iol.pt, Gabinete de Psicologia e Recursos Humanos
Dra. Lara R. Alves, Psicóloga Clínic

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Como conseguir que o seu filho adquira confiança e segurança em si próprio…



Quantas vezes nós, mamãs, nos interrogamos se os nossos filhos estarão preparados para enfrentar as circunstâncias complexas da vida, e se adquiriram suficientes recursos para se defenderem em situações de mudança… “Poderá adaptar-se à nova escola?”, “Passará no exame?”, “Vencerá algum dia essa timidez?”, “Conseguirá construir um futuro sólido?”.
É claro que nós, como pais, não somos alheios ao modo como eles resolvem estas e outras situações, que sem dúvida se encontram directamente relacionadas com o modelo de educação de cada família, com as capacidades próprias de cada criança e com as características da abordagem pedagógica.
A verdade é que podemos intervir em pelo menos dois destes factores, e que da qualidade das nossas intervenções também dependerá a estruturação de personalidade que a criança irá desenvolver.
Encontro e comunicação
Comecemos então por analisar o modo como acompanhamos o desenvolvimento dos nossos filhos, não como uma maneira de descartar ou de criticar o modo como o fazemos, mas para valorizar o papel de pais e articular estratégias úteis no momento de enfrentar os problemas que se colocam diariamente na educação.
Porque a confiança e a segurança que uma criança tem em si própria é construída a partir de situações reais, conflitos e desafios que no decorrer de cada dia se vão apresentando. Mas, como podemos ajudá-los para que as suas respostas e decisões sejam as mais adequadas? Desde logo, nada conseguiremos se escolhermos por eles.
A modalidade “invasora” não parece ser a mais oportuna. Por outro lado, à medida que as crianças crescem, devem a pouco e pouco distanciar-se saudavelmente dos seus papás, para progressivamente integrarem-se e desenvolverem-se no mundo dos adultos.
E depois? O objectivo está em possibilitar que a auto-estima se instale progressivamente durante a primeira infância, ultrapassando os momentos de intercâmbios e de relacionamentos (que definitivamente são sinónimos de encontro e de comunicação).

O papel do adulto
Durante os primeiros anos de vida, instalam-se as matrizes do afecto e da aprendizagem, e para potenciar essas etapas de construção e consolidação da sua personalidade, é importante apoiar, suster e reforçar a criança no seu futuro quotidiano.
E como? Atendendo às suas necessidades com prontidão, e fazendo-a sentir que pode recorrer a um adulto de confiança face a uma situação angustiante, oferecendo-lhe o nosso apoio, o nosso colo, as palavras consoladoras, o peito perante a fome, a carícia perante o arranhão, o entusiasmo para enfrentar uma situação que lhe exija muito esforço físico ou mental, a mão no ombro… Estes são os elementos carinhosos que a ajudarão.
Se, como adultos, lhe falharmos nestes aspectos, semearemos a desconfiança, a insegurança e a desmotivação. Contribuiremos para instalar na sua mente sensações e percepções confusas que farão danos nas suas potencialidades e a deixarão em desvantagem face a outras.

O apoio familiar
Nos primeiros anos as crianças são mais maleáveis e mais permeáveis às mudanças. Por isso, a vulnerabilidade da sua estrutura psíquica leva-nos a reflectir sobre o mundo das crianças e no impacto que os nossos actos e palavras lhes podem promover. Como podem ser destruídas pelo abandono e pelo desamparo e como podem ser ajudadas e amorosamente apoiadas física e psiquicamente.
Por isso, pensemos na importância que tem uma palavra adequada num momento de desentendimento, ansiedade, perante situações novas ou de surpresa.
Uma criança que pode recorrer primeiro ao amparo e à segurança corporal dos seus pais ou da pessoa que cumpre a função materna, e mais tarde consegue tornar-se independente e a pouco e pouco utilizar os seus próprios recursos, é uma criança segura que depressa se tornará num adulto satisfeito e feliz.
Limites bem colocados
Favorecer o sentimento de segurança e confiança nela própria não quer dizer que se deva apoiar tudo o que faz, mesmo que esteja errado. Poder conhecer os seus limites e os alheios é benéfico para a construção da sua personalidade.
Lembre-se que uma criança tem uma grande necessidade de aprender, e assim como a protegemos dos possíveis riscos físicos, também devemos protegê-la da eventualidade de não encontrar determinadas barreiras e limitações que definam e que contenham as suas emoções, as suas angústias e ansiedades.
Podemos começar por lhes fortalecer desde muito pequenas a sensação de que são capazes de realizar muitas coisas que aparentemente não nos parecem importantes mas que para as crianças são valiosas. Por exemplo, quando identificamos o choro de um bebé adequadamente, sabemos que tem fome e damos-lhe o peito ou o biberão, ou então porque tem cólicas, movimentamos as suas pernitas ou fazemos-lhe uma massagem na barriguinha.
Quando lhe permitimos escolher entre dois objectos em vez de lhe impor um, ela fica a saber que também pode tomar decisões. Ou ao escutá-la e valorizar os seus trabalhos - desenhos, canções, as suas criações em barro ou plasticina, a sua ajuda para pôr a mesa ou arrumar os seus brinquedos - isso propicia a sua segurança e independência.
Lembre-se que é importante fazer os possíveis para que o seu pequenito se sinta activo, participante, reconhecido nas suas capacidades e por isso, seguro de si próprio. Tudo o que conseguirem, por mais pequeno que nos pareça, provocará neles a confiança e a alegria do êxito alcançado.
E embora às vezes nos impacientemos quando os nossos filhos demoram a concretizar uma acção quotidiana, é fundamental que respeitemos os seus ritmos.
Vestir a roupa sozinho e sem ajuda implica um enorme processo… Para facilitá-lo, é boa ideia preparar dois conjuntos, de maneira que ele possa optar, evitando o desanimador “O que é que vestiste?”, cada vez que a escolha nos pareça de “mau gosto”, e assim perder o mérito de tê-lo conseguido fazer sem a nossa ajuda.
É evidente que esta situação pode estender-se a outras circunstâncias e aprendizagens. Que a criança consiga sentir-se útil, considerada como um ser pensador e sensível, depende em parte do nosso papel como pais.
Estimulá-la e apoiá-la nos seus progressos são condições fundamentais para fortalecer os sentimentos de confiança e de segurança em si própria… uma herança essencial para a longo caminho da vida.