quinta-feira, março 15, 2007

Quando é...? Quando?

As crianças pequenas não têm ainda, assimilada, a noção de tempo. E é necessário que você ajude a compreender o que é o ontem, o hoje e o amanhã. No entanto, esta aprendizagem faz parte de um processo prolongado, intrínseco ao seu próprio desenvolvimento cognitivo.

Nos primeiros anos

Durante os primeiros anos de vida a criança vive para o imediato. Se quer alguma coisa... quer para aquele momento. Não sabe esperar e irrita-se se a sua vontade não é satisfeita.
No entanto, com o próprio desenvolvimento, irá ganhando algum timing, que lhe permitirá aceitar a espera, mais ou menos bem, consoante a necessidade que tem em determinado momento. Exemplo disso é o período em que tem fome: se a comida demora um pouco mais a chegar, certamente, ficará irritadiça. Isso demonstra que nem sempre tem capacidade para aceitar a espera.

Aprender a esperar

As crianças já conseguem nesta idade diferenciar alguns períodos de tempo. Já sabem que se estão no infantário e mais tarde vão estar com os seus papás em casa. Se agora é noite, são horas para ir dormir e quando chegar o dia, poderão brincar, ir à escola, etc.
Entretanto, e para que a sua aprendizagem seja mais efectiva, convém que os pais consigam estabelecer e manter rotinas. Depois do banho, o jantar, a história contada pela mamã e finalmente... o soninho descansado.

Uma nova aprendizagem

Aos três anos, uma criança já consegue entender algumas datas. Exemplo disso é o seu aniversário, o Natal, o Carnaval... Entende que são dias especiais e que só acontecem num dia especial que não pode mudar segundo a sua vontade.
Sabem que vão fazer anos, que vem aí o Carnaval ou que vão estar de férias. E isso tem um tempo certo para acontecer. Agora, já não é o imediato! Querem saber coisas acerca do futuro (Quando é o meu aniversário? Quando é o Carnaval? Quando será o Natal?).
Surgem também perguntas sobre o passado, acerca da vida antes de ele se lembrar. São poucos os pais que não foram confrontados com a pergunta: Porque é que eu não fui ao teu casamento?

Respostas à sua medida

A melhor forma de os ajudar, consiste em ser paciente com as perguntas “metralhadas”, a cada cinco minutos. Eles querem saber mais, e mais, e mais... Para que o seu filho entenda as suas repostas, tenha em conta algumas regras:
- Responda-lhe sempre sem expressões que se tornem ambíguas para a sua capacidade
- Nunca lhe dê respostas vagas, que possam suscitar novas perguntas, mais complexas
- Exemplifique as respostas com exemplos e questões do dia-a-dia.
Muitos são os pais que reclamam porque os seus filhos repetem as mesmas perguntas obsessivamente. Outros, queixam-se porque os seus filhos nada questionam. Em qualquer dos casos, a utilização de algumas técnicas, permitirá que o seu filho atinja o meio-termo.
- Embora seja demasiado cedo para o seu filho usar relógio de pulso, pode oferecer-lhe um de brincar. Assim, vai-se habituando a ver como funcionam os ponteiros e vai até aprendendo os números.
- Utilize o relógio de parede para lhe mostra o passar das horas. Explique-lhe que o papá chegará quando os ponteiros (grande e pequeno) estiverem alinhados a uma determinada hora.
- A utilização de calendários de parede, permite-lhe mostrar o tempo que falta. Se for um calendário daqueles com quadrados que se podem riscar, mais fácil será para ele, esperar pelo “grande dia”
- Festeje outros factos relevantes como “a chegada da Primavera”, uma “ida ao cinema”, os anos do pai e dos avós ...

A noção de tempo da criança é determinada pelos pais. Aqueles que vivem em stress diário, acabam por transmitir aos filhos esse mesmo stress. Como tal, quando estiver com o seu filho, esqueça esse stress e viva plenamente cada nova habilidade, cada gracinha que ele faz, cada sorriso que ele lhe oferece. Isso fá-lo-á feliz e a si também.

(Fonte Sapo Bebé)

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